O doce sabor de Danone 4
Esse conto não tem muita ação, é apenas um leve desenvolvimento
O Dia de Clara
Clara chegou ao setor de Física da federal. Como bolsista, trabalhava na sala de pesquisa junto com outros três colegas. Sua rotina era geralmente dividida entre as manhãs no laboratório, o almoço descontraído com amigos, as tardes de estudo para as disciplinas do mestrado e as noites em casa, descansando ou dormindo. As aulas em si eram em horários esparsos, o que permitia certa flexibilidade.
Era raro encontrar os três colegas ao mesmo tempo na sala, já que o expediente era escalonado. Mas com um evento acadêmico se aproximando, todos precisavam finalizar e revisar os artigos que seriam apresentados ao orientador.
Naquele dia, porém, era nítido para os outros que Clara estava diferente — relaxada, alegre, com um sorriso fácil. “Ela fodeu”, pensaram os dois rapazes, mas nenhum deles ousaria perguntar. Coube à colega, mais próxima e perceptiva, abordá-la. Aproximou-se de Clara e, num sussurro quase imperceptível, soltou:
— E aí? Gozou? - disse Bruna
Clara soltou uma risada contida e desviou o olhar para os colegas, que tentavam disfarçar a curiosidade. Seus olhos brilharam com um toque de malícia antes de responder, ainda em tom baixo:
— Não foi uma… foram várias…
— Eita, nem me chamou! — brincou Bruna, cutucando Clara de leve.
Clara revirou os olhos, mas não disfarçou a diversão.
— Cala a boca — respondeu, segurando o riso.
— Como eu posso ignorar esse sorriso de orelha a orelha no seu rosto?
Clara tentou conter a gargalhada que insistia em escapar. Deu outra olhada rápida nos colegas, que continuavam a fingir desinteresse enquanto beliscavam a comida, mas já traíam o próprio sorriso.
— É que… foi muito bom. Foi inesquecível, na verdade.
Bruna aproximou os lábios do ouvido de Clara e sussurrou:
— Depois vamos no banheiro e você me conta.
Clara conteve uma nova risada e assentiu, respondendo no mesmo tom:
— Combinado.
Naquele momento, o professor Aguirres entrou na sala e iniciou a reunião, que se estendeu por duas horas. Assim que terminaram, as duas foram direto para o banheiro. Alguns minutos depois, já estavam num corredor mais vazio, encostadas na parede. Bruna acendeu um cigarro.
— Então fala: o quão bom foi?
Clara apoiou-se na parede ao lado dela e respirou fundo, revivendo cada instante. Um sorriso sutil surgiu em seus lábios.
— Meu Deus, Bruna… Foi tão bom que no final eu apaguei de cansaço…
— Nossa, a pessoa te castigou, hein? — Bruna sabia da bissexualidade de Clara. As duas já tinham se beijado numa noite de bebedeira, mas não passara disso.
Clara riu baixo, passando os dedos pelos cabelos.
— Você não faz ideia…
Bruna tragou e fitou Clara, com um tom mais contido:
— Olha, eu quero saber quem foi, mas não quero ser enxerida.
Clara encostou as costas na parede e desviou o olhar por um instante, como se medisse o quanto poderia revelar. Então, baixou a voz:
— E se eu te contar, você promete não dizer pra ninguém?
Bruna entendeu a seriedade por trás do pedido.
— Garanto que não sai da minha boca.
Clara deu uma pequena respirada e contou que sempre teve interesse por travestis. Descreveu como foi a noite anterior, a expectativa de que seria algo rápido — ir, realizar o desejo e voltar para casa —, e a surpresa ao perceber que havia ficado até o amanhecer.
Bruna a olhou, compreendendo além das palavras.
— Então foi uma surpresa até pra você mesma, né?
Clara olhou nos olhos de Bruna, vendo compreensão e empatia em seu olhar. Ela concordou.
— Mais do que isso... Nunca senti tantas coisas em uma noite só.
No meio da conversa, o celular de Clara vibrou com uma notificação do WhatsApp. Era Danone.
— Danone: Olá, meu chocolate ao leite, como você está?
Clara abriu o aplicativo e não conseguiu conter o sorriso ao ler o apelido carinhoso — uma doce lembrança da noite que haviam compartilhado.
— Clara: Oi! Tudo bem, e você?
Enquanto as mensagens seguiam, Bruna observava atenta a expressão de Clara. Aquele não era um sorriso passageiro, de quem apenas se divertira na noite anterior. Era algo mais suave, mais profundo — o tipo de sorriso que surge quando encontramos alguém que mexe com a gente de um jeito especial.
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