O doce sabor de Danone -3

Clara observava a beleza natural de Danone, ambas nuas sob o lençol que as cobria suavemente. Foi então que Clara pôde reparar melhor no quarto: era simples, mas aconchegante. Uma cama de casal, um espelho de moldura simples, um guarda-roupa e um ventilador que zumbia baixinho. Pequenos detalhes espalhados pela decoração traziam um toque doce e fofo ao ambiente.

— Nossa, a gente apagou, né? — disse Danone, espreguiçando-se ao se levantar da cama.

Clara soltou uma risada baixa, ainda meio enrolada no lençol.

— Parece que sim. — Ela observou a forma como Danone se movia com naturalidade, seu corpo nu exibindo curvas suaves e seu membro em repouso, que balançava levemente a cada passo. Era uma beleza crua, sem filtros ou afetações.

Então, Clara se levantou da cama em silêncio, começando a juntar suas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

Enquanto se vestia, Clara soltou uma pergunta no tom de brincadeira:

— Acho que pernoitei com você... Quantos rins eu devo?

Danone riu, sacudindo a cabeça.

— Por hoje, a gente deixa por conta da casa. Mas da próxima, é um rim e meio, no mínimo.

Clara riu, sentindo-se completamente à vontade. Todo o nervosismo inicial tinha se dissipado, substituído por uma cumplicidade quente e tranquila. Ela segurou o olhar de Danone e disse, com uma sinceridade que vinha do fundo:

— Valeria cada centavo.

Clara já estava quase vestida quando Danone perguntou, com um tom acolhedor:

— Não quer tomar um banho ou um café? Eu faço rapidinho…

Clara respondeu com um suspiro suave, um fio de tristeza na voz:

— Nem posso, tenho que pegar minhas coisas em casa e ir pra federal.

Danone balançou a cabeça, compreensiva.

— Que pena…

Clara completou, já sorrindo de leve:

— E se eu ficasse mais, só ia aumentar minha dívida.

As duas riram, e então Danone arriscou:

— Falando nisso… não quer o meu número? Assim posso atender a domicílio.

Clara não esperava pela oferta, mas aceitou na hora. Danone acrescentou, meiga:

— Só não salva como Danone, hein? Bota meu nome de verdade: Dani.

Clara fez como pedido, guardando o contato com um sorriso.

Clara estava pronta para ir embora, mas antes estendeu uma nota de cinquenta reais a Danone.

— Para você comprar um lanche.

— Não, não precisa — recusou Danone, com um gesto suave.

— Faço questão. Você me hospedou e não cobrou por ontem… É o mínimo. Me senti realizada, feliz. Foi maravilhoso. Você me acolheu e me tratou tão bem — disse Clara, segurando o olhar dela.

— Vou aceitar, então. Mas quero te dizer uma coisa, e talvez pareça mentira pra você: eu trouxe poucas clientes para a minha casa.

— Fico mais feliz ainda. Tchau, Dani.

— Tchau, Clara.

Clara partiu para casa sentindo-se realizada. Já tinha transado com homens e com mulheres, mas aquilo tinha sido diferente. E ela queria mais. Muito mais. De preferência, todo dia. O tesão voltou a queimar nela, e, ao chegar em casa, enquanto tomava banho, pegou o consolo que tinha e se masturbou pensando em Danone, gritando e gemendo seu nome. Goçou intensamente, relaxada, e quase perdeu o horário. Tomou café numa padaria enquanto lia um artigo intitulado *Aplicações da Supercondutividade em Sistemas de Energia do Futuro*.

Enquanto isso, Dani ainda estava deitada na cama, nua. Cheirou o lençol, que ainda guardava o perfume de Clara, e pensou, rindo baixinho:

— Não acredito que me apaixonei por uma cliente… Mas ela é tão linda… e usava um perfume delicioso.

Danone se levantou da cama e foi tomar banho. Seu ritual matinal era rápido, porém completo. Vestiu o uniforme da empresa terceirizada, pegou a bolsa e seguiu para o trabalho. Ainda no ônibus, o celular vibrou:

Clara:
Oi, só passei pra dizer que tomei a pílula do dia seguinte rsrs

Danone:
Fico feliz. Pensei que teria que começar a fumar rss

Clara:
Bandida rsrs

Danone:
Na próxima você bebe para evitar

Clara:
Fala como se fosse um sacrifício… Será que é doce que nem Danone?

Danone:
Só não mais doce que você, meu chocolate ao leite

Aquela troca de mensagens era apenas o começo de um relacionamento que, sem que elas soubessem, seria especial para as duas.