Estupro coletivo de refugiada palestina - PARTE 1
Oie, me chamo Sofia e esse é meu primeiro conto por aqui <3
Lendo os contos aqui no site, resolvi escrever um por mim mesma. Como é o primeiro, vai ser apenas um teste, planejo escrever mais quando conseguir, mas por enquanto comentem nesse para eu ver se vocês gostam do meu estilo de escrita. Também gostaria de avisar que É UM CONTO DE DUAS PARTES, e é um texto "enrolado" cheio de informações, então se você não gosta, NÃO LEIA.
Por enquanto vamos começar por esse.
Khadija é uma jovem palestina de quinze anos. Nascida na cidade de Gaza, no início dos bloqueios que cercaram as fronteiras da estreita faixa de terra. Cresceu junto do aumento das tensões da região, vivendo em um modesto prédio de paredes nuas, junto ao pai Hassan, à mãe Amira e às quatro irmãs, todas mais novas que ela.
Sendo a mais velha, Khadija carregava a maior parte das responsabilidades. Dentro de casa, ajudava a mãe com os afazeres diários e no cuidado das irmãs, sempre tentando, quando possível, ser o apoio que elas tanto precisavam. Além disso, acompanhava o pai nas buscas pelas poucas provisões que chegavam junto dos raros caminhões que conseguiam entrar na cidade.
Hassan não teve um filho homem e, por isso, dependia da filha para ajudá-lo nas tarefas mais pesadas fora de casa. Isso deixava o pai constantemente preocupado. Sempre que saía com Khadija, ele não sabia o que poderia acontecer, e, por isso, fazia questão de estar sempre ao seu lado, tentando protegê-la da incerteza e da violência que rondavam sua cidade.
Um dia, Hassan torceu o pé e teve que ficar em casa, forçado a descansar. Sem poder sair, e com Amira também impedida de ir sozinha, o pai, preocupado e sem opções, não teve escolha a não ser mandar a filha mais velha para buscar a refeição do dia. Khadija não questionou. Entrou no quarto que dividia com as irmãs e se arrumou em frente ao espelho.
A jovem estava sem o hijab, e seus cabelos negros caíam suavemente sobre seus ombros de pele cor de oliva, quase negra. Ela sabia que, naquele momento, não podia se arriscar. Com as mãos amarrou os cabelos e colocou o lenço na cabeça, apertando-o com força para que não restasse nenhum fio exposto. Olhando para seu busto, ajeitou a blusa cinza, que caía de forma simples sobre seu corpo, o sutiã preto que usava, era mal visível sob a roupa. Seus pequenos seios não faziam volume, e, por um instante, ela sentiu uma pontada de alívio. Melhor assim, ela pensou, tentando não chamar atenção. Em Gaza, a modéstia era mais do que uma escolha; era uma necessidade. Antes de sair, retirou rapidamente a calça jeans que usava, sentindo uma leve vergonha ao se ver só de calcinha. Em um movimento rápido, pegou a única saia que possuía, preta e longa até os pés, e a vestiu. Olhou-se no espelho mais uma vez. A saia marcava levemente a curva de sua bunda, mas ela não ligou. Não tinha tempo para isso. O que importava era sair, sem perder a chance de conseguir a comida para sua família.
Com um olhar silencioso, pegou uma grande panela na cozinha e desceu pelos lances de escada de concreto cru, que pareciam ainda mais duros naquele dia. As ruas estavam desertas, o silêncio inquietante, uma constante lembrança do perigo. Não era hora de arriscar, mas o que importava era ser rápida, quem chegasse primeiro nas tendas de ajuda humanitária, certamente conseguiria mais comida. Ela, com a panela em mãos, começou seu trajeto, com apenas uma certeza, o quanto conseguisse carregar seria o que sua família teria para o dia
Enquanto andava sozinha pelas ruas ladeadas de prédios marcados por estilhaços de bombas, dois homens, membros de uma ONG internacional, vinham na direção da jovem. Ela gelou. Tinha ouvido histórias sobre esses estrangeiros, sobre como eram ainda mais perigosos que as forças de ocupação. Mas ela não tinha escolha. Aquele era o único caminho entre os prédios até as tendas, e ela sabia que precisava seguir em frente.
Quando os homens se aproximaram, ela sentiu medo. Eles estavam vindo diretamente em sua direção, e Khadija podia sentir o olhar deles sobre ela. Não sabia o que queriam, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer a fazia querer correr. No entanto, as pernas permaneciam firmes, não havia escapatória.
Você não deveria sair sem seu pai, menininha. Disse um dos homens, com um tom de deboche, parando abruptamente na frente de Khadija. A jovem estremeceu, seu corpo ficando firme na tentativa de não demonstrar o medo que se formava no estômago. Ele a olhou de cima a baixo, com um sorriso que parecia mais ameaça do que gentileza.
É perigoso andar sozinha por aqui assim. O outro homem disse, com uma voz suave, mas ameaçadora, enquanto começava a rodear Khadija, avaliando-a como se fosse um alvo fácil. Seus olhos passaram rapidamente pela jovem, notando a panela que ela carregava. Sem aviso, ele deu um passo à frente e, com um movimento brusco, arrancou a panela das mãos dela. Khadija quase não teve tempo de reagir. O homem a segurou com força por um instante, olhando-a como se fosse um brinquedo frágil, antes de lançar a panela para longe, para que ela caísse com um estrondo no chão, alguns metros à frente.
Você não pode fazer isso! Khadija gritou, o pânico e a frustração transbordando de sua voz. Ela tentou se mover, indo em direção ao objeto arremessado, mas foi interrompida instantaneamente.
Antes que pudesse dar um passo, uma mão firme a agarrou pelo braço, puxando-a com força para dentro de uma das construções abandonadas. Seus gritos ecoaram nas paredes, mas a cidade estava vazia demais para que alguém os ouvisse
Vamos revistar você antes de ir, sua terroristasinha. Um dos homens disse antes de arrancar o hijab de Khadija, enquanto o outro a segurava pelos dois braços, a puxando para trás e fazendo ela deitar em cima de um pedaço de estrutura caído.
Khadija esperneava e tentava chutar o homem na sua frente. Ele então a agarrou pela cintura e a puxou para perto, encostando a virilha na pélvis da jovem. As mãos fortes do homem não deixavam Khadija se soltar, e ele podia sentir o pênis do pervertido fazendo pressão na região íntima dela, se esfregando para cima e para baixo, claramente sentindo tesão. Ambos os homens riam alto, e para ela só restava mais uma opção.
Com as últimas forças, Khadija conseguiu rolar direto para o chão, derrubando o homem que estava praticamente montado nela. Ela tentou se levantar e correr, mas teve as pernas agarradas pelo pervertido que ela tinha derrubado e caiu de joelhos. O outro homem então a agarrou pelos cabelos, e a jogou com violência contra um pedaço de concreto. Ela sentiu o impacto e ficou deitada, sem reação, até que o homem avançou e começou a dar uma série de tapas na cara dela. Khadija não conseguiu reagir e tentou se proteger com os punhos, mas isso só deu mais vontade no homem que a espancava sem pena. Furioso por ter sido derrubado, o outro estrangeiro se levantou e partiu para cima da jovem, a acertando um soco. A visão dela apagou e ela não conseguia mais se mexer, apenas conseguia ouvir o som dos tapas que continuavam e as vozes de deboche dos homens. Mais uma vez a colocaram na posição de antes, mas agora ela não podia lutar.
O homem que a tinha tirado o hijab então arrancou violentamente a saia que ela usava, deixando a jovem só com uma modesta calcinha cor de creme e a blusa que tapava seus peitos.
Você pode esconder muita coisa com essa roupa, putinha. O homem que a segurava falou, enquanto o outro lentamente tirava a calcinha de Khadija, já revelando os pelinhos de sua virilha.
Subitamente então, deu para se ouvir um veículo se aproximando. os dois homens se assustaram e correram, soltando Khadija, que permaneceu deitada, sentindo uma dor terrível no olho esquerdo, onde ela tinha sido atingida pela mão pesada do pervertido que a tinha atacado. Ela conseguiu sentar, e arrumar a calcinha, tapando o pequeno pedaço da virilha que tinha aparecido. Sem forças para conseguir se levantar, ela só se cobriu as pernas com a saia, e esperou alguém aparecer com ajuda.
Diante dela apareceu um rapaz, talvez da idade dela. Ela conseguia só ver um borrão, mas arranjou forças para pedir ajuda. O jovem gritou e um homem mais velho apareceu, imediatamente pegando Khadija no colo, com cuidado para não revelar a intimidade da menina, e a levou até um veículo velho, coberto de areia. Khadija apagou quando deitou no banco, esperando que aquilo fosse mesmo um resgate.
Quando Khadija acordou, ela se viu em um quarto simples. O ambiente estava cheio de sacos, que ela percebeu serem de farinha, empilhados com desleixo, seu pó branco espalhando-se pelo chão de maneira desordenada. Ela viu que estava vestida, com os cabelos presos e se encontrava deitada em uma cama surrada, desconfortável. Estava no meio de um armazém, um lugar onde algum comerciante morava, sem dúvida.
Logo, a porta se abriu. Um rapaz entrou, viu que Khadija estava acordada e, sem dizer uma palavra, saiu rapidamente. Ele retornou pouco depois, acompanhado por uma mulher, que se aproximou com uma expressão de calma e preocupação. A mulher observou a jovem atentamente, como se quisesse avaliar sua condição antes de falar.
Não vai ficar roxo, ainda bem. Disse a senhora, com uma voz experiente e serena, enquanto olhava o olho de Khadija. Vestia um hijab preto que contrastava com a suavidade de seu rosto. Eu sou Aisha, e este é meu filho, Muhammad. Qual seu nome menina?
Eu sou Khadija... não sei como vim parar aqui. Khadija falou com a voz fraca, quase um sussurro. Ela olhou ao redor, os olhos correndo pelo ambiente simples, tentando encontrar algo familiar, algo que pudesse lhe dar uma pista sobre o que acontecera.
Meu marido e Muhammad te resgataram de um prédio. Eu cuidei de você, não se lembra? Aisha disse com suavidade, oferecendo a Khadija um copo de água. Seu tom era calmo, mas havia um leve toque de apreensão, como se esperasse que a jovem se lembrasse de algo importante.
Vi só um borrão, e entrei em um carro. Khadija disse, como se as memórias estivessem lentamente se conectando. Então, sua expressão suavizou, e ela olhou para Muhammad. Me lembro de você agora... você que me achou.
A jovem sentiu o rosto queimar de vergonha ao lembrar da situação em que estava quando o rapaz a encontrou. A lembrança a fez se sentir vulnerável, e ela desviou o olhar por um momento, tentando esconder o constrangimento.
Muhammad também parecia desconfortável, sua expressão ficando visivelmente envergonhada. Mas, antes que o silêncio pudesse se prolongar, o pai dele entrou no quarto com um sorriso acolhedor. E então, como está a nossa menina resgatada? Perguntou ele, quebrando a tensão no ar.
Ela está bem. Aisha disse, aliviada. Não vai ficar com marcas. Você disse que se chama Khadija, certo?
Sim... Filha de Hassan. Khadija respondeu, sua voz ainda um pouco fraca. Moro perto das tendas, onde se consegue comida.
Filha de Hassan? O pai de Muhammad soltou uma gargalhada, como se fosse algo muito familiar. Você é a famosa filha? A mais velha?
Famosa? Khadija estranhou. Famosa por qual motivo?
Todos os homens da cidade comentam sobre você. Muhammad começou, a voz baixa, quase um sussurro, visivelmente envergonhado. Até os estrangeiros das tendas... Dizem que você é a mais bonita das mulheres por aqui.
Khadija sentiu seu rosto queimar instantaneamente, o calor subindo rápido até as bochechas. Eu... Eu... Ela tentou falar, mas vergonha tomou conta dela de forma inesperada.
O silêncio que se seguiu aumentou o constrangimento no ar. Foi então que Aisha, percebendo a tensão, resolveu intervir.
Samir, convide a menina para ficar a noite por aqui. Ela disse ao marido, sua voz calma, mas carregada de expectativa enquanto esperava pela permissão dele.
O homem abriu um largo sorriso e fez um gesto para que a família deixasse a jovem descansar ali. Contudo, Khadija não conseguia se sentir tranquila. Um nervosismo crescente a invadiu, e ela sentiu a necessidade de voltar para casa, para estar com sua mãe. A inquietação era visível em seu olhar.
Não posso ficar a noite aqui! Khadija exclamou, tentando se levantar, mas a dor a fez cair de volta na cama. Seu corpo cedeu, e ela gemeu baixinho. Minha... minha mãe deve estar preocupada. Ela falou, a voz lenta e fraca.
Amanhã pela manhã a levamos. Samir começou, tentando ser firme. Já é noite, e as ruas estão cheias de patrulhas. Não podemos arriscar sair agora. Pode ser perigoso, e você não está em... condições. Ele hesitou por um momento, o tom ficando estranho, quase cauteloso. Seu pai não pode te ver assim. Samir, sem querer, apontou para o rosto de Khadija, como se tivesse algo.
Samir! Aisha reprendeu o marido com firmeza, a voz carregada de uma preocupação que não passava despercebida. Isso é só uma... pequena marca. Ela tentava tranquilizar a jovem, mas havia algo na sua expressão que sugeria que estava escondendo mais do que deixava transparecer. A mulher, experiente e calma, não queria alarmar Khadija, que ainda estava deitada e visivelmente frágil, mas o silêncio entre as palavras carregava um segredo que não era fácil de ocultar.
O que aconteceu? Khadija perguntou, a voz carregada de preocupação. Levando a mão no rosto ela se alarmou. Está marcado? Roxo? Você tinha falado que não tinha nada! A jovem parecia cada vez mais alarmada, os olhos arregalados de inquietação. Deixe eu me ver!
Aisha então deu a menina um espelho. Khadija se olhou, e teve que segurar um grito. As marcas dos tapas ainda estavam no rosto da menina, como se ela fosse uma vadia de rua. A vergonha que ela sentiu era muita, e ela se cobriu em baixo das cobertas,
A família a deixou sozinha, percebendo o quanto Khadija estava agitada, para que pudesse se acalmar. Ela ficou ali, deitada e coberta, por alguns minutos, até que, com esforço, se levantou e se sentou na cama. Ela não sabia como voltaria para casa naquele estado. Só conseguia pensar no que aconteceria quando seu pai a visse, a reação dele seria terrível. Sentiu o peso da certeza de que seria expulsa de casa, obrigada a viver sozinha, sem o abrigo e a proteção que um lar deveria oferecer.
A única coisa que podia fazer era deitar e esperar. Talvez pudesse ficar naquela casa por algum tempo, até que as marcas do que havia acontecido desaparecessem. É isso…, sussurrou para si mesma. Decidida, resolveu se preparar para deitar. Desprendeu o cabelo e deixou o hijab, recuperado do chão por Samir, em cima da cama, próximo a ela. Mesmo estando em uma casa de estranhos, ela só se sentia bem se tirasse a roupa. Discretamente sem fazer nenhum som, retirou a blusa cinza, ficando apenas com o sutiã em seu caminho. Estava apertado, quase cortando as costas da jovem. Ela resolveu tirar. Quando soltou, o alívio foi imediato. Seus lindos seios, pequenos e com mamilos marrons, pontudos, estavam nus. Ela ficou envergonhada. Se levantando, com alguma dificuldade, ela pensou sobre a saia. Estava curiosa para ver se não tinham ficado marcas das mãos que a agarram. Tirou o longo pedaço de tecido surrado de uma vez só, deixando as pernas nuas, pernas cor de oliva, sem pelos. As coxas, marcadas, ainda meio vermelhas. Ela lamentou sozinha, queria tirar aquilo por ela mesmo se pudesse, mas não tinha como. Ela se deu por satisfeita, ficaria de calcinha, era pelo menos alguma proteção, a mãe assim a tinha ensinado. Guardou as roupas junto do corpo, como se fosse algo valioso, e ali ficou.
Alguns minutos depois, Khadija despertou com o som da porta do quarto se abrindo. Era Muhammad. Ela estranhou sua presença ali, o medo tomando conta dela instantaneamente. Com os olhos ainda turvos, começou a procurar qualquer objeto que pudesse usar para se defender. Mas antes que pudesse reagir, percebeu que ele já estava ao seu lado, falando com um tom envergonhado.
Vim ver como você estava. Disse Muhammad, a voz baixa. Não quero alertar meus pais. Ele hesitou por um instante antes de continuar, um sorriso tímido surgindo em seu rosto. Mas eles fazem muito barulho na cama. Então quase sempre ando pelo armazém... Gosto de caçar ratos. Disse ele, rindo de forma leve, como se tentasse aliviar a tensão no ar.
Estranhamente, aquelas palavras acalmaram Khadija. Ela soltou uma risada curta, acompanhando a de Muhammad. Pela primeira vez desde que acordara ali, sentiu-se um pouco menos em perigo. Não havia nada ameaçador naquele rapaz. Ele era como os outros meninos da Faixa de Gaza: baixo, magro, sem força. Khadija sabia que, se precisasse, poderia facilmente dominá-lo. Mas, de algum modo, havia algo nele que a cativava. Era a forma como ele a fazia rir, como se isso fosse suficiente para suavizar a tensão no ar. Assim, os dois conversaram, com Khadija esquecendo momentaneamente que estava semi-nua sob as cobertas, sentindo uma estranha sensação de conforto na companhia dele.
A conversa se seguiu. Até que então, o som das ruas despertando os alertou. O barulho distante de motores, gritos e o ritmo frenético da cidade invadiu o pequeno quarto. Muhammad se levantou rapidamente, com olhar de alerta em seu rosto. Preciso ir. Disse ele, com um tom de urgência. Antes que Khadija pudesse responder, ele se virou e saiu apressado, correndo para o próprio quarto, sem olhar para trás. Ela ficou ali, ainda tentando entender o que, exatamente, tinha acontecido entre eles. Mas, antes que pudesse refletir mais, o som das portas batendo e os passos apressados no corredor a deixaram alerta. Os pais de Muhammad estavam acordando. Os passos pesados na direção ao quartinho onde estava, ficavam mais próximos, até que a porta se abriu. Aisha apareceu, a expressão neutra, até abrir um largo sorriso.
As marcas sumiram. Aisha exclamou, se aproximando e verificando atentamente o rosto de Khadija. Muito melhor assim, agora parece a filha de Hassan que tanto falam. Disse a experiente senhora, rindo suavemente.
A jovem olhou o reflexo, seu olhar fixado pela imagem que via. Estava como tinha saído de casa no dia anterior. As marcas dos tapas, que antes pareciam profundas e dolorosas, haviam desaparecido por completo. Aliviada, ela agradeceu Aisha, sua voz suave, mas cheia de gratidão, enquanto sentia o peso do momento finalmente aliviado.
Agora levante, começou Aisha. Vou ajudar a prender seu cabelo. Samir e Muhammad vão lhe levar para casa. Sua mãe deve estar preocupada! Exclamou.
Khadija, um pouco hesitante, se levantou. O corpo ainda fraco, mas a voz de Aisha soava como uma ordem suave que não deixava espaço para resistência.
Quando percebeu, a jovem estava de pé. Mas tinha esquecido o fato de estar apenas de calcinha. A experiente mulher a olhou de cima a baixo,e Khadija puxou rapidamente a coberta para se tapar, sentindo uma vergonha absurda.
Desculpe! A jovem gaguejou, sentindo o calor subir ao rosto. Eu... eu tive que ficar mais confortável. Tentou explicar, mas suas palavras saíam confusas, como se a própria vergonha tivesse embargado sua voz. Ela olhou para Aisha, como se esperasse algum tipo de compreensão, mas ao mesmo tempo temia ser julgada
Tudo bem. A senhora sorriu suavemente, notando a expressão tensa de Khadija. Ainda vão crescer mais. Disse ela rindo, como se quisesse aliviar a tensão no ar. Agora venha, me deixe arrumar esse cabelo. Completou, sua voz acolhedora e tranquila, como um convite para esquecer as preocupações por um momento. Khadija, ainda um pouco envergonhada, deu um pequeno sorriso, aceitando o gesto de Aisha. A mulher, com mãos experientes, começou a prender os fios escuros com delicadeza, enquanto o ambiente parecia ficar um pouco mais tranquilo à medida que o momento de intimidade silenciosa entre elas se desenrolava.
Enquanto arrumava o cabelo de Khadija, Aisha a observava com um olhar suave, como se estivesse refletindo sobre algo mais profundo. Depois de um momento de silêncio, ela falou, quase como se estivesse compartilhando um segredo. Sabe, sempre quis ter uma filha mulher. Disse Aisha com um suspiro, seus dedos trabalhando com cuidado nos fios de cabelo de Khadija. Quando Muhammad nasceu, eu esperava que fosse uma menina... mas ele foi o que eu precisava. Mesmo assim, algo em mim sempre desejou uma filha para cuidar, para passar o que sei, para ajudar a crescer, assim como você. Ela deu um sorriso gentil, tentando suavizar a sinceridade de suas palavras. Quando meu filho se casar, serei uma boa sogra. Espero que ele ache uma jovem como você. Ela riu, percebendo a vergonha de Khadija. Mas acho que você vai acabar indo para algum país estrangeiro, se casando com um homem alto e forte, como aqueles dos filmes americanos. Disse Aisha, brincando com a jovem, tentando aliviar a tensão. A voz dela era suave, como se procurasse fazer a menina relaxar, sem se preocupar com o que ela pensava.
Eu... eu não sei, senhora. Murmurou Khadija. Ela pensava em Muhammad, no jeito cuidadoso com que ele a tinha tratado, e na situação da família dele, que apesar de simples, tinha o armazém e poderia pagar um bom dote por ela. Ele era um bom partido, concluiu, e talvez fosse a melhor escolha para uma vida mais segura. Casando-se com ele, ela não precisaria mais se expor aos perigos das ruas, poderia finalmente cuidar de sua família, alimentar seus pais e irmãs, e talvez até encontrar uma certa paz.
Ela olhou para a coxa. Uma marca vermelha ainda estava ali, persistente, como uma lembrança dolorosa dos acontecimentos do dia anterior. Apesar de o resto de seu corpo parecer recuperado, aquela marca parecia carregar consigo toda a tensão e o medo que ela tinha enfrentado. Khadija sentiu o peso da lembrança e então tomou uma decisão. Ia se casar.
Pronto. Aisha exclamou, satisfeita com o resultado. Khadija sentia os cabelos bem presos, mas de forma confortável, e agradeceu à mulher com um sorriso tímido. Aisha sorriu de volta, com um olhar gentil. Agora se vista. Vamos comer algo. Disse ela, com um tom acolhedor. Precisa recuperar as forças.
Khadija assentiu, e enquanto Aisha saía do quarto, se levantou lentamente, ainda sentindo um leve cansaço nos músculos, mas a sensação de estar sendo cuidada a acalmava. Ela vestiu-se rapidamente. Quando terminou, prendeu o hijab, ajeitando-o com cuidado antes de se dirigir à cozinha.
Ao entrar, encontrou Aisha já à mesa. Khadija sentiu sua barriga roncar levemente. Aisha sorriu ao vê-la entrar, apontando para a cadeira ao seu lado.
Sente-se. Coma um pouco. Disse ela com um tom suave. Os homens já estão atendendo os clientes, eles trabalham muito. Ela disse orgulhosa. Logo eles vão sair encontrar um fornecedor, então você vai junto até sua casa.
Khadija se sentou e começou a comer, o silêncio entre as duas mulheres preenchendo o ambiente. Elas permaneciam à mesa, até que, após alguns minutos, Samir entrou.
Pronta para ir filha de Hassan? Ele disse rindo. Tenho um fornecedor para encontrar, temos que ir logo. Vou esperar no carro junto de Muhammad.
Khadija saltou da cadeira, queria para voltar para casa e reencontrar as irmãs. Agradeceu a Aisha rapidamente e correu até a rua, onde encontrou Samir e o filho. Sem perder tempo, entrou no banco de trás do carro ao lado do rapaz. Enquanto o carro avançava pela estrada coberta de areia, eles conversavam baixinho, com ela ainda vendo nele um bom partido.
Quando o carro parou em frente ao prédio onde Khadija morava, ela avistou, à distância, a figura coberta com panos pretos na entrada. Era sua mãe, Amira. Sem hesitar, Khadija abriu a porta e correu em direção a ela. Ao vê-la se aproximando, Amira a reconheceu imediatamente e, com um sorriso de alívio, a abraçou forte, como se o mundo inteiro tivesse se acalmado naquele instante.
Onde você estava, filha? A mãe perguntou, a voz cheia de alegria, mas também cheia de preocupação. Seu pai quase foi preso à sua procura pela madrugada.
Como ele está? E o pé? Onde estão as meninas? Khadija perguntava, sem conseguir controlar as perguntas que saíam apressadas.
Nesse momento, as quatro irmãs a ouviram e saíram correndo do prédio, e, em um movimento inesperado, se lançaram sobre Khadija, derrubando-a em um abraço apertado. Ela riu, sentindo o calor do afeto, e, ao olhar para cima, viu seu pai se aproximando lentamente, mancando com o pé machucado.
Onde você esteve filha? Ele perguntou. E quem são esses? Disse apontando para Samir e o filho.
Eles... Khadija começou a explicar, mas Samir, interrompendo-a, saiu do carro e disse com calma que seria melhor ele contar o que tinha acontecido. Khadija hesitou, concordando com um gesto. Ela sabia que, se fosse ela a relatar os acontecimentos, a vergonha seria insuportável.
Enquanto os adultos conversavam, as irmãs corriam e brincavam ao redor do carro, criando uma atmosfera leve e alegre. Khadija pegou Muhammad pela mão e o conduziu até o prédio. No caminho, ao subirem as escadas, ela o abraçou com força, murmurando um agradecimento. O rapaz ficou paralisado, surpreso com o gesto, e Khadija, ao perceber a reação dele, deu um sorriso satisfeito. Ela sabia que já havia conseguido o noivo que tanto planejava.
Muhammad só se mexeu quando o pai o chamou. Ele correu, ainda cheio de vergonha. Depois de todos se despedirem, o pai de Khadija foi conversar com a filha.
Esse homem, Samir, me contou o que aconteceu. Hassan começou, a voz grave e séria. Como você ficou conversando com uma amiga até a noite, menina? Ficou o dia inteiro fora e não percebeu? Ainda teve que incomodar essa família... Ainda bem que eles a receberem, ou você estaria perdida!
Khadija ficou confusa. Conversando com amiga? ela se perguntou, sem entender. Foi só então que percebeu. Samir não tinha contado o que realmente tinha acontecido naquela construção abandonada, para a proteger.
Claro, pai! Ela tentou manter a seriedade, forçando uma expressão mais firme. Vou tomar mais cuidado da próxima vez. Ela disse enquanto subia os lances de escada ao lado do homem. E enquanto o fazia, não pôde deixar de agradecer silenciosamente a Samir por a ter protegido.
É bom mesmo. O homem disse, quando chegaram ao andar onde moravam. Hassan queria dar um sermão mais longo, talvez até pensasse em impedir Khadija de sair desacompanhada novamente. Mas, no fundo, sabia que não podia fazer isso. Ele precisava dela, precisava da sua ajuda. Por isso, apenas sorriu, suavemente. Foi só um desleixo bobo de jovem. Ele pensou, não sabendo do ataque que a filha tinha sofrido. Quando chegaram a porta, ambos bateram a areia dos sapatos no chão de concreto bruto.
Khadija se sentia aliviada por finalmente estar em casa. O pai, então, apontou para a cozinha e disse, com um tom firme, que ela fosse comer. Mas, como já tinha se alimentado há pouco tempo com Aisha, ela pediu, com um sorriso cansado, se poderia preparar um banho. Hassan sorriu e assentiu, dizendo para que a mãe da jovem a ajudasse.
Em um quarto sozinha, Khadija retirou o hijab, soltando os cabelos mais uma vez. Ela sentia as roupas sujas, pesadas. Ela arrancou a saia e a blusa, e depois de espiar ver se alguém estava olhando, soltou o sutiã e puxou a calcinha para baixo, jogando tudo em um canto. Nua, ela entrou na bacia de água morna, sentindo as coxas e a bunda ficarem molhadas. Quando a buceta tocou a água, ela sentiu uma onda percorrer o corpo. Com as mãos, ela se lavava, se tocando em cada parte, sentindo cada toque. Depois terminar de se lavar, usando um caneco, ela se secou e foi direto para o quarto que dividia com as irmãs e se jogou no colchão, refletindo sobre o dia anterior. Ela sorriu, tinha conhecido aquele rapaz, e boas pessoas, apesar da situação que a levou até lá não ser das melhores. Mas ela estava bem agora, e podia descansar.
É isso, espero que gostem, e aguardem a parte dois!
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Comentários (16)
CASADACUIBA: Já puxei minha calcinha pro lado e comecei a siririca lendo esse conto mais uma vez! Não resisto rsrs, xaninha babando.
Responder↴ • uid:8oyb2ivdi8zSofiaS2: Espero que gostem <3
Responder↴ • uid:8oyb1jngvqzSofiaS2: Amores, agradeço a espera, essa semana deve sair a continuação <3
Responder↴ • uid:8oyb1jngvqzCASADACUIBA: Quando sai amiga? Buceta pingando pra esse conto, delicioso.
• uid:8oyb2ivdi8zCASADACUIBA: Que delicia amiga, já quero a continuação.
Responder↴ • uid:ynknlv7mi8zSofiaS2: Obrigada <3
• uid:8oyay0vr08zSofiaS2: E pode esperar que logo sai a continuação <3
• uid:8oyay0vr08zAlice: Da pra senti o que ela passou
Responder↴ • uid:1conp01iyv7eSofiaS2: Eu tento fazer isso mostrando cada detalhe kk. Que bom que consegui <3
• uid:8oyax6m5mqzBabyR: VAI DEMORAR??? JÁ QUERO LER A SEGUNDA PARTE, QUE DELÍCIA DE CONTO.
Responder↴ • uid:wc4jmpv2SofiaS2: Talvez saia antes de sexta. Eu quero terminar já nessa segunda parte, então eu estou tentando encaixar tudo direitinho kk. Obrigada <3
• uid:8oyax6m5mqzPuto RN: Muito bom
Responder↴ • uid:8d5gaphb09SofiaS2: Obrigada <3
• uid:8oyawrgb98zSofiaS2: Aguardem a parte dois, tá ficando bem legal e espero que vocês gostem!
Responder↴ • uid:bf9i9lgxiko_carioca: como judeu, fiquei com tesão
Responder↴ • uid:45xxp0l1k0iSofiaS2: Estou fazendo a parte dois. Espero que goste também!
• uid:bf9i9lgxik