INCE2T - Capítulo 0 - Prólogo
Faz dois anos desde a última vez em que nos vimos
(Esse capítulo é pequeno e não tem tanta putaria, possui um dirty talk até que gostosinho, mas é um capítulo mais pra situar como os personagens estão para essa segunda temporada)
PONTO DE VISTA: DANIEL. ♤
Faz dois anos desde a última vez em que nos vimos.
Quando vi Denis pela última vez ele era calmo, curioso, era o mais fofo dentre todos, e acima de tudo, inocente até o Natal daquele ano. Meu irmãozinho…
Já Luiz tinha 18 anos da última vez, ainda era o cara bonito e charmoso que mexia comigo e me dominava com um sorriso só.
E tinha Gustavo, irmão mais novo do Luiz, ele e meu irmão nasceram no mesmo ano. Mas Gustavo foi levado para longe de nós por um tempo.
E agora, os quatro dividem o mesmo espaço novamente, dentro de uma igreja lotada, com muita gente chorando enquanto o desgraçado do meu pai se lamentava discursando em frente ao caixão do meu avô. Respirei fundo.
Nestes anos que passaram tudo parece ter mudado demais. Denis não é mais aquela criança de sempre, ele agora tem um estilo de roupa novo, vestido como um desses moleques filhinho de papai que tem tudo na palma das mãos, não tem mais o cabelo de Justin Bieber que ele tinha da última vez. E ele sequer me olhava.
Luiz também mudou bastante, agora está com o corpo bem mais forte, parece estar indo muito na academia e na praia, fora aquele corte na sobrancelha que deixa ele com um ar de homem que não presta.
Eu também não fiquei pra trás, durante esse tempo eu bati de frente com meu pai quase sempre, mesmo que ele tentasse fazer coisas ruins comigo eu finalmente pude aos poucos me livrar das coisas que ele queria para mim, e passei a ir atrás do que eu queria, fiz tatuagem, o que deixou ele puto, comecei a jogar de forma mais profissional o futebol e deixei mais de lado a igreja. Mas seguia tendo sessões com psicólogos todos os meses, isso nunca mudou.
Com toda certeza o que mais mudou foi Gustavo. Não parece mais nada com o garoto envergonhado e quieto que ele era antes, ele tá com o braço todo tatuado, como se ninguém mandasse nele, ele é dono da própria vida, me bateu um pouco de inveja, como pode um cara mais novo que eu ter tanta liberdade assim.
Eu não estava me sentindo bem, saí bem no meio da oração, sequer avisei ao meu pai, sabia que ele iria brigar e arrumar mais intriga chata. Tentei me afastar o máximo possível, por trás da igreja onde estava vazio, no interior costuma ser assim, . Acendi um cigarro e fechei os olhos para respirar por um tempo.
— Tá gatão poh!
Deixei que um sorriso aparecesse no meu rosto, sequer abri os olhos, aquela voz pode ter amadurecido um pouco mas não dá pra esquecer.
— Você fez falta, Tavin!
Abri os olhos e lá estava Gustavo encostado de braços cruzados na parede, ele sempre teve um sorriso lindo pra caralho, me afastei um pouco pra que ele pudesse sentar ao meu lado e assim eles fez, ofereci o cigarro.
— Porque não entrou em contato com ninguém?
Perguntei enquanto via ele puxar a fumaça por um tempo, achei que ele negaria pela idade, mas no caso dele parece ser só um número, o moleque age como se tivesse vivido mais do que eu, e talvez isso realmente tenha acontecido.
— Senti que vocês me abandonaram, nenhum dos três tentou impedir, e parece que vocês nem se falam mais, o que aconteceu com o quarteto da família?
Ri baixinho enquanto olhava pro céu azulado agora, buscava uma forma de explicar tudo a ele.
— Eu meio que fodi quase tudo, figurativamente e literalmente também.
Ele riu do que eu havia dito por último e me devolveu o cigarro.
— Esse “meio” é por causa do Luiz não é?
Eles são irmãos, ele conhece bem o próprio sangue mesmo que estivessem distanciados.
— É… nunca consegui comer aquela bunda.
Comentei baixinho enquanto ele cruzou os braços.
— E que bunda, parece que a academia tá fazendo um bem danado pra ele! E olha, eu devia estar com raiva por você ter tirado meu mérito de tirar a virgindade do Denis.
Gustavo deu um tapa leve na minha cabeça pra demonstrar indignação mesmo com o tom de brincadeira.
— Eu e Luiz fizemos isso juntos, eu não sei como me sinto quanto a tudo isso, eu acabei fazendo com ele algo parecido com o que o pai fazia com a gente.
Gustavo tinha sido a segunda vítima do meu pai pouco tempo antes de ir embora, uma vez que ele foi lá em casa para ver o Denis e acabou encontrando eu e meu pai. Gustavo foi ameaçado pelo homem e até hoje tem sequelas como eu.
— Como anda a terapia? Chegou até mim que o tio fala muito mal sobre suas crises de dupla personalidade constantes.
Claro que fala, meu pai é um cara ridículo, e eu me odiava muito por certas vezes ter desejado ser como ele e por ter dedicadk tanto tempo as coisas que ele me obrigava a fazer.
— Tá de boa, tenho melhorado! Você falou com o Denis?
Ele respondeu negando com a cabeça, sei que eles dois tiveram uma discussão séria antes do Gustavo ir embora então já era de se esperar que não tivessem se falado.
— Mas falei muito com o Luiz, cheguei ontem de viagem na casa dele, a gente conversou coisa pra caralho, fiz as pazes com ele, e aquela namorada nova dele é bem legal.
Revirei os olhos na parte da namorada. Odeio o fato de que sempre que eu e Luiz não estamos próximos ele arranja uma namorada.
— E agora é nossa vez de fazer as pazes! Foi mal, eu tentei falar com você mas a sua mãe é chata pra caralho!
Ele sorri e concorda com a cabeça ao escutar o que eu disse.
— Ae, tá ligado o namorado da minha mãe?
Ver um sorriso safado no rosto do Gustavo me fez reagir de forma extremamente animada, sabia que ele iria me falar algo bom.
— Ele ficou bêbado mês passado e me pediu pra passar a piroca nele, arrombei o cu dele até transformar em buceta.
Escutar aquilo me deixou orgulhoso pra caralho, levei a mão até o cabelo dele bagunçando, por mais que eu e Gustavo sejamos apenas primos, a nossa relação sempre foi de uma amizade sincera e forte pra caralho.
— Você só me da orgulho seu puto!
E ali veio, aquele sorriso de moleque que ele tem, com a ponta da língua entre os dentes.
— Aprendi com o melhor porra, comi ele do jeito que você me comeu!
Ele piscou o olho, passamos um tempo conversando sobre qualquer besteira que fosse até que a missa tivesse acabado, aí teríamos que ir acompanhar o caixão.
PONTO DE VISTA: LUIZ. ◇
Superar um ex é fácil, superar um quase ex é que dificulta. Eu achei que ver o Daniel hoje fosse ser bem mais fácil, nunca tínhamos ficado tanto tempo sem nos ver, o pai dele nos encontrou chupando o pau um do outro aquele dia, desde aí nunca mais nos vimos, ele fez questão de contar pros meus pais e toda a família agora me olha estranho. O tio plantou na cabeça de todos que eu havia colocado o pecado no filho cristão dele.
— Amor, quero ir ao banheiro.
Minha namorada disse ao fim da missa, eles já estavam levando o caixão, respirei fundo, eu também não estava afim de ver meu avô sendo enterrado, eu tenho ótimas lembranças dele, não quero que essa se torne a última. Fui então na direção contrária, a caminho da casa da minha avó, segurei a mão dela e beijei por cima enquanto andamos.
— Ei mano.
Parei e olhei para trás, vi Denis correndo na minha direção, abri os braços com um sorriso e esperei o pulo dele, foi o melhor abraço de toda a minha vida, eu precisava muito daquilo.
— Ah meu pequeno, que saudade que eu tava de você porra, tinha tanta gente ali, eu não consegui chegar até você.
Os olhos do Denis estavam vermelhos, ele havia chorado muito, Denis sempre foi o mais próximo do nosso avô, apresentei ele a minha Marta, minha namorada, ele pediu em seguida pra ir conosco, também não queria ver o caixão sumir no chão.
— Você tem sorte, ele tem essa marra aí mas é um cara foda!
Ter o Denis me elogiando e conversando com a Marta me deixou feliz, fomos o caminho todo assim, com eles dois se conhecendo, por sorte se deram bem até demais, eles parecem ter muito em comum. Percebi o quanto Denis havia mudado, até as coisas que ele fala mudaram.
Ele amadureceu bem, e eu diria que bastante rápido também, está bem mais alto, corpo menos magro, parece ter mais personalidade agora, tá mais seguro. Tô feliz demais, espero que esse tempo longe dos dramas daqui tenha sido bom pra ele.
Levamos dez minutos até a casa da minha avó, achei que estaríamos sozinhos mas ao chegar lá, Gustavo e Daniel estavam sentados no sofá jogando no videogame do Daniel na TV da sala, primeiro julguei, porque ele traria um videogame pra um ambiente onde nosso avô está sendo enterrado, mas logo pensei melhor e realmente faz melhor pra qualquer um tentar se distrair desse momento.
— Só sabe perder Guto!
Disse tirando onda com meu irmão vendo que ele estava perdendo no jogo de luta, ele me chamou com o dedo e disse que eu seria o próximo e que iria acabar comigo.
— Eu quero pegar uma coisa na minha mochila amor, seu primo pode vir comigo? Não sei andar nessa casa.
Concordei com a cabeça, Denis e ela haviam se dado super bem, então seria de boa, pulei no sofá sem olhar pro Daniel, mesmo que tivesse que jogar com ele.
Mas eu pensei bastante em Marta e Denis sozinhos, não sei se ele é completamente gay, me dá tesão em pensar que ele poderia comer ela lá.
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Comentários (3)
Art: AAAAA muito feliz que teremos segunda temporada. Ansioso pra ver mais desses personagens que já me apeguei tanto.
Responder↴ • uid:6p1ab81m9clucas: mano esses contos são muito bons, não para
Responder↴ • uid:2q33fx6r28rkayy: eita, posta mais!!!
Responder↴ • uid:1enwhdfj5kvt