#Lésbica #Traições

Alice e Helen - pós final

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Domraphaelo

Era domingo, e o ar na chácara cheirava a fumaça de churrasco e risos altos. Entre familiares e amigos, Alice e Helen trocaram um olhar carregado — um silêncio eloquente que só elas entendiam. Helen se aproximou do marido e sussurrou que iria descansar um pouco em um dos quartos. Ele acenou com a cabeça, distraído. Alice, então, usou a mesma desculpa e a seguiu.

Porta fechada. O barulho da festa virou um zumbido distante. E então, num impulso, estavam se beijando — não como amigas, mas como amantes. Com a roupa ainda no corpo, as mãos deslizavam sob as roupas, encontrando o calor úmido entre as pernas uma da outra. Era um toque recíproco, urgente, íntimo. Os gemidos eram abafados por bocas que não se separavam, beijos longos e molhados que dissolviam o mundo lá fora. Gozaram quase ao mesmo tempo, ofegantes, os corpos trêmulos ainda unidos pelo desejo que a festa do lado de fora jamais suspeitaria

O quarto continuava a ser seu santuário, onde podiam se entregar a essa paixão sem ter que se preocupar com olhos estranhos. A festa continuou animada do lado de fora, mas no espaço compartilhado por Helen e Alice, só existia a intensidade do desejo e a urgência de estar ainda mais próximos. A sensação de estar juntas, escondidas no meio do barulho e das pessoas, apenas aumentava o prazer que sentiam, intensificando cada gesto e cada gemido.

Era sexta-feira. Caminhavam pelo shopping como “amigas”, um disfarce cuidadosamente construído para o mundo. Sob a fachada de cumplicidade feminina, escondiam uma relação de amantes. Seus pequenos gestos secretos – mãos que se entrelaçavam por instantes, escondidas entre bolsas e casacos – as deixavam ruborizadas e com o coração acelerado. Era diferente de antes: cada toque furtivo era uma promessa, um universo inteiro contido num fio de cumplicidade.

Ao passarem pelo cinema, trocaram um olhar e tiveram a mesma ideia. Escolheram um filme qualquer, compraram ingressos e se instalaram em dois lugares afastados na sala escura. Ali, na penumbra anônima, viveram seu namoro oculto. Nada sexual aconteceu – ambas sabiam que não conseguiriam se controlar naquelas poltronas.

Mas assim que as luzes se acenderam, a tensão transbordou. No banheiro feminino, trancadas num cubículo, Helen não conseguiu conter o desejo. Com o cintaralho, tomou Alice com uma intensidade silenciosa e urgente, transformando aquele espaço impessoal no palco secreto de seu amor proibido

Cinco meses se passaram desde que o segredo começou a habitar seus dias. Naquela lanchonete simples, sob a luz suave do fim de tarde, comemoravam não com grandes gestos, mas com a delícia da cumplicidade.

Trocaram beijos rápidos e discretos, saboreando o gosto doce do risco e da intimidade. Presentes pequenos — um livro, um chaveiro, uma carta — passavam de uma mão à outra como códigos de um amor que só elas decifravam.

E, contra toda expectativa, a paixão não arrefecia. A cada encontro furtivo, a cada olhar prolongado, o fogo entre elas parecia crescer, alimentado pela adrenalina do não dito e pela beleza roubada de seu pequeno mundo particular.

A rotina secreta que construiram se tornou um caminho familiar entre as duas. Cada encontro, cada gesto, cada olhar carregava um significado secreto que só era conhecido por elas. As despedidas eram breves mas intensas, com cada uma se sentindo ansiosa pela próxima reunião. Um simples bilhete com a letra de sua companheira ou um presente inesperado eram pequenas declarações de amor que mantinham a chama vibrante entre elas, mesmo quando a rotina tentava diminuí-la.

Com o passar do tempo, Helen e Alice foram desenvolvendo um sistema quase invisível de comunicação não verbal. Um olhar mais prolongado significava um encontro naquela tarde, um colar com um pingente escondido dizia "Eu te amo". E, no ritmo frenético de suas vidas, descobriam em cada encontro furtivo um refúgio para seus afetos.

Helen colocou a mão sobre a de Alice, sobre a mesa da lanchonete. Seus olhos estavam sérios, mas suaves, como quem anuncia não uma tragédia, mas um recomeço.

— Não te quero mais como a segunda — disse, a voz firme, mas baixa. — Quero que você seja a primeira. A única.
Ela fez uma pausa, deixando as palavras ecoarem no espaço entre elas.
— Estive pensando nisso todos esses dias... Vou deixar meu marido.

O ar pareceu parar. Depois de meses de segredos e encontros escondidos, ali estava uma promessa de luz — um futuro que, até então, parecia viver apenas na sombra.

As palavras pesaram no ar, como se tivessem finalmente quebrado um tabu que sempre esteve lá, ainda que não fosse mencionado. Alice olhou para Helen, e seu rosto refletia uma mistura de surpresa, expectativa, e alívio. Aquela era a confirmação do sentimento que já era evidente em cada olhar, cada gesto, e cada suspiro compartilhado.

— E se ele reagir mal... — Alice sussurrou, a dúvida pairando em sua voz.

A reação do marido era uma questão que pesava em sua mente. Com todos os meses de cuidado, de segredo, de encontros furtivos, a ideia de revelar tudo assustava. Ainda mais quando ela sabia do quanto o marido era tradicional.

Mas também era um caminho assustador e desconhecido. Alice sabia que aquela escolha mudaria tudo — mas sabia também que não queria mais viver em segredo.

Helen assentiu, compreendendo a preocupação que pairava no ar. Suas mãos se uniram sob a mesa, seus dedos se entrelaçando com firmeza.

— Compreendo seu temor — ela disse, sua voz suave, mas determinada. — E é justamente por isso que planejei com cuidado. Irei conversar com ele amanhã, depois do trabalho. Quero que você saiba que estou preparada para enfrentar qualquer tempestade.

A oferta era radical, mas havia um desejo ardente por trás disso. A idéia de fugirem, de abandonarem tudo que conheciam, era ao mesmo tempo assustadora e liberta. Cada segundo parecia pesar enquanto os olhos de Alice encontravam os de Helen, buscando certezas na intensidade de seu olhar. Uma parte dela ainda temia aquele salto no escuro, mas outra sentia um impulso incontrolável para agarrar aquela oferta, deixar tudo para trás e seguir seu amor.

Seus dedos continuavam a apertar os de Helen como se buscasse segurança no contato físico, tentando silenciar a voz da dúvida. As palavras ficaram presas em sua garganta, e o único som presente era o bater de seu coração, cada vez mais rápido, cada vez mais alto. Finalmente, ela assentiu com a cabeça, um aceno quase imperceptível. Os olhos dela falavam por si.

— Sim. Vamos fugir. Vamos fugir juntas.

A fuga aconteceu num fim de semana qualquer. Uma suposta "viagem de amigas" serviu de cortina de fumaça. Dentro da mala, Helen guardou mais do que roupas; escondia uma aliança, que devolveu silenciosamente ao marido por correio, sem uma palavra sequer.

Enquanto rodovias e paisagens novas desfilavam pelo vidro, elas mantinham um contato tênue com a família. As mensagens eram sempre as mesmas: "Estamos bem. Fugimos por amor." Nada de endereços, nada de detalhes. Era um grito de liberdade ecoando no vazio.

Foi a mãe de Helen quem, por fim, fez a ponte. Num telefonema tenso mas necessário, a separação foi negociada. O marido, mais confuso do que irado, aceitou. Sua única exigência foi uma explicação que nunca veio. Ele prometeu não persegui-las, resignado com a verdade que já sabia: aquele amor tinha partido para sempre.

Longe dali, em uma cidade onde ninguém as conhecia, Alice e Helen reconstruíram a vida. Arrumaram um trabalho, uma casa pequena e cheio de luz. E, na simplicidade da rotina, encontraram uma felicidade que não precisava mais se esconder. O amor, que um dia viveu nas sombras, agora florescia a céu aberto, forte e completo.

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