O Filho do Vizinho
**Resumo:** Oi, rapaziada! Aqui é Valéria, uma professora de 42 anos, direto de Recife, Pernambuco, contando uma aventura daquelas que ninguém acredita. Num evento chato da universidade, com calor dos infernos, acabei me envolvendo com o filho da vizinha, o Breno, um novinho de 25 anos, todo sarado. Foi no quintal de casa, num galpão que cheira a terra e mato, enquanto meu marido, o Diego, tava lá dentro, discutindo orçamento com os colegas. A coisa esquentou, com Breno me pegando de jeito, e eu, cheia de tesão, deixei rolar. Registrei tudo com uma câmera escondida, e o Diego, que curte essas paradas, ficou louco quando contei. Agora, a aventura tá só começando, com ciúmes, rivalidades e planos pra algo ainda mais quente. Vem comigo nessa história que é puro fogo!
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Bicho, deixa eu contar uma história que é de lascar! Eu, Valéria, 42 anos, professora de literatura em Recife, chupei o Breno, o filho da vizinha, lá no galpão do quintal de casa. Era uma festa da universidade, daquelas que todo mundo só quer dar no pé. Meu marido, Diego, tava lá dentro, e eu... bem, deixa eu voltar um cadim.
Sabe aquelas reuniões de professores que parecem durar uma eternidade? Todo mundo fingindo que tá prestando atenção, enquanto o reitor fala sobre corte de verba, tomando um suco quente que é mais fruta que bebida. O professor Zé, com aqueles dentes tortos, falando do livro dele de novo, como se ninguém soubesse que ele só troca a capa e publica a mesma coisa de três em três anos. Pois é, tava assim.
Tava um calor dos infernos, daqueles que Recife entrega em janeiro, com 32 graus e umidade que faz a roupa grudar no corpo. Eu tava com um vestido vermelho, comprado na feirinha do Bairro do Recife, meio curto pros meus 42 anos, mas dane-se. Sem calcinha, porque, véi, quem aguenta calcinha nesse calor? É como enfiar a xota numa chapa quente.
Eu tava ali, fingindo ouvir a esposa do reitor, Dona Fátima, falando das orquídeas dela, quando vi o Breno. O menino da casa ao lado, que cortava nossa grama quando era um pirralho cheio de espinha. Só que agora, com 25 anos, ele é remador, daqueles com ombro que parece portão de garagem e uma confiança que deixa qualquer uma sem ar. Ele me olhou com uma cara que parecia querer adivinhar a cor do meu cabelo lá embaixo.
Olha, eu sei que tenho 42 anos, uma cicatriz de cesárea que parece um mapa do agreste e peitos que já viram dias melhores. Ano passado, troquei os sutiãs normais por aqueles esportivos reforçados, porque correr na orla de Boa Viagem quase me fez desmaiar. Mas, rapaz, ainda tô viva! E aquele olhar do Breno... fazia tempo que ninguém me olhava assim, com fogo nos olhos.
Ele tava olhando pras minhas pernas, reparando nas meias finas que comprei na C&A do Shopping Recife. São daquelas transparentes, que custaram um rim, mas deixam as pernas lisinhas, sem as manchinhas do calor. O Diego adora. O Breno também, pelo visto. Lembrei de uma vez, anos atrás, quando ele cortava a grama e ficou me secando enquanto eu corrigia provas na varanda, com as pernas cruzadas. Pensei em mudar de posição, mas, confesso, deixei como tava. Que vergonha, né?
Devo contar que, desde que vi o Breno remando no Rio Capibaribe, em abril, andei sonhando umas coisas bem safadas com ele. Até me toquei no banheiro da universidade, no intervalo do almoço, com a saia levantada e um exemplar de *Dom Casmurro* abafando meus gemidos. Gozei tão forte que mordi o livro e cortei o lábio. Passei uma semana dizendo que era herpes, e o Diego até comprou um creme caro pra mim.
Aí, o Breno veio chegando, todo confiante, com um copo de suco na mão. Tava tão perto que senti o cheiro dele — um misto de suor e aquele perfume masculino que vai direto pras entranhas quando você tá no clima. E, meu amigo, eu tava no clima.
— Dona Valéria — ele disse, com um sorrisinho. — Minha mãe diz que a senhora é a mulher mais inteligente do Recife.
Jogando charme, o danado. Sabe que eu dou aula pra mãe dele, a Dona Socorro. Um espertalhão.
— Me chama de Valéria, menino — falei, terminando meu suco. Era o terceiro? Quinto? Quem conta? — Dona Valéria me faz parecer uma véia.
Ele riu, me olhando de cima a baixo, sem disfarçar.
— Li seu artigo sobre desejo em *O Primo Basílio*. Me deu um arrepio danado.
Mentira deslavada. Ninguém lê essas coisas por querer. Meus alunos menos ainda. Uma vez, escondi uma nota de cinquenta reais num livro pra ver se alguém achava. Tá lá até hoje, na minha gaveta.
Mas a mentira era boa. Ele tava dizendo, sem dizer, que sabia que eu escrevo sobre sexo e queria entrar nesse papo.
— Falando em desejo reprimido — ele se inclinou, o hálito quente roçando meu ouvido —, tá muito abafado aqui. Cê me mostra aquela coleção de livros raros que cê falou?
Livros raros? Tão sutil quanto um trator no meio da sala.
Eu devia ter mandado ele pastar. Devia ter dito que sou quase mãe dele. Mas olhei pro Diego, que tava de costas, perdido na conversa com o reitor, e me peguei dizendo:
— O galpão lá no quintal tem uns livros... interessantes.
Livros? Que livros, Valéria? Mas tava dito.
Enquanto caminhava pro galpão, pensei: “Que diabos tô fazendo?” Consegui estabilidade há dois anos, finalmente fiz o departamento parar de me chamar de “doutoranda” nas reuniões, e agora tô arriscando tudo por uma pegada rápida com o filho da vizinha. No quintal, atrás do coqueiro que o Diego chama de “Dom Pedro” e custou uma fortuna.
O galpão é uma bagunça. Cheio de teias de aranha, sacos de adubo que o Diego guarda pra horta dele e um cheiro de terra molhada misturado com mofo. Nada a ver com o gramado arrumadinho da festa.
Entrei, e o Breno já veio pra cima de mim, antes que eu pudesse fingir que ia mostrar livro nenhum. A língua dele tava na minha garganta, com gosto de suco e bala de hortelã que a mãe dele deixa numa tigela na sala. Aquelas que parecem perfume de vó derretido.
Novinho beija como se quisesse ganhar troféu. Só entusiasmo, pouca técnica. Mas, bicho, que delícia! Sentir alguém te querendo tanto assim, alguém que não sabe que suas costas doem ou que, às vezes, você solta um peido dormindo.
— Isso é loucura total — falei, ofegante, enquanto apalpava ele por cima da calça, hipócrita que só. — Meu marido tá a dois metros, falando de orçamento.
— Isso é que deixa mais gostoso, né? — Os dedos dele encontraram minha xota, e eu soltei um gemidinho de surpresa. — Professora Valéria, sem calcinha numa festa da universidade. O que seus alunos iam pensar?
Que a “Rainha de Gelo” que reprovou o Zezinho na monografia finalmente surtou, transando com o cara que cortava a grama dela.
— Eles nunca acreditariam — ri, e soltei um barulho ridículo quando os dedos dele deslizaram dentro de mim. Um misto de soluço com gemido.
Ele não parava de olhar pras minhas meias. Passou a mão pela minha perna, sentindo o náilon.
— Sempre quis saber como era isso — murmurou. — Pensava nas suas pernas quando era mais novo, corrigindo provas na varanda.
Nossa, ele já me achava uma safada naquela época? Não devia me excitar, mas excitava. Tinha algo de muito sujo nisso.
— Considere isso um estudo de campo — disse ele, se ajoelhando num tapete velho que tava no galpão desde o São João de 2000.
E ele me chupou. Ali mesmo, com metade do corpo docente a poucos metros, falando de aposentadoria. Eu ouvia a risada do professor João, aquele som que parece um galo sendo degolado, enquanto o Breno tava com a cara entre minhas pernas.
Mordi a mão pra ficar quieta. No outro dia, ficou um roxo esquisito. Tive que usar uma pulseira grossa pra esconder na aula, aquela que minha cunhada me deu e eu detesto, parece coisa de vilão de novela.
Mas, véi, ele era bom. Surpreendentemente bom. Como se tivesse feito curso ou visto pornô bem educativo. A maioria dos caras da idade dele acha que o clitóris tá no joelho. E ele tinha um gosto doce — descobri depois que ele toma aqueles sucos verdes da moda. Parece que muda o sabor. O Diego tem um gosto normal, tipo... pão com ovo de padaria. Nada chique, mas funciona.
Quando senti o gozo vindo, com as pernas tremendo, ele se levantou, todo convencido.
— Minha vez — falei, tentando me abaixar com graça. Meus joelhos estalaram tão alto que ele até olhou preocupado, como se eu tivesse quebrado algo.
Ele abriu a calça e... misericórdia. Era grande. Injustamente grande. Do tipo que devia vir com um aviso na testa. Todo orgulhoso, com uma veia subindo pelo lado que parecia o Rio Capibaribe num mapa.
— Meu pai do céu — murmurei. — O que vocês comem em Recife, menino?
— Remo e futebol — ele riu. — E pensando nas pernas da vizinha de meia.
Danado convencido. Mas eu gostei. Gostei demais.
Não consegui segurar direito. Um novinho de 25 anos com um bicho desses? Cadê a justiça? O Diego é ótimo, mas era como comparar um Fusca com uma Ferrari. Não que tamanho importe. Mas, bicho, importa sim.
Ele começou a fazer barulho, gemendo alto demais. Entrei em pânico, achando que iam ouvir. Aí, arranquei uma das meias — estraguei um par novinho, por sinal, aquelas caríssimas da C&A — e enfiei na boca dele.
— Cala a boca, menino — sibilei. — Vai fazer a gente ser pego.
Os olhos dele arregalaram, mas, rapaz, ele adorou. Gemeu mais alto, com a meia na boca, todo excitado. Dava pra ver ele respirando pelo tecido, provavelmente se amarrando no cheiro. Nunca um cara me olhou assim, como se eu fosse o próprio carnaval de Olinda. Um safado. Igual a mãe dele, que uma vez, bêbada num São João, me contou que o pai do Breno gosta de ser amarrado com corda de sisal. Informação demais depois de três doses de cachaça.
A meia ficou balançando na boca dele até que ele a tirou e guardou no bolso, como se fosse um troféu. Parecia que tinha ganhado na Mega-Sena.
Em uns trinta segundos, ele avisou que tava perto. Mas não parou. E gozou em cima dos meus óculos de sol, aqueles caros que comprei na Ótica Diniz do Shopping Recife. O Diego me deu de presente depois que passei semanas dando indireta, deixando o site aberto no notebook.
— Puta merda — ri, meio histérica. — Meus óculos de sol, caralho!
O Breno ficou apavorado, mas caiu na gargalhada.
— Desculpa, Valéria. Acho que não tá na garantia, né?
O que eu ia dizer? “Alô, Ótica Diniz? Tô com um problema nos óculos. Tá cheio de porra. Não, não é minha. É do filho da vizinha.” Cruzes.
A gente meio que limpou a bagunça. Quer dizer, limpei o queixo com um lenço velho que achei no bolso, que desmanchou na hora, e ele se arrumou, parecendo o gato que comeu o canário. Literalmente. E guardou a meia no bolso.
— Vou guardar como lembrança — disse, com um sorriso safado.
Que atrevimento! Mas a ideia dele levando minha meia pra casa, fazendo sei lá o quê com ela, me deixou ainda mais excitada.
Saí do galpão cambaleando, piscando por causa do sol, e dei de cara com o Diego. Bati no peito dele, de tão desorientada. Ele me segurou, com aquela cara de “o que tá acontecendo?”.
— Tá tudo bem, amor? — perguntou, franzindo a testa. — Tu tá meio vermelha.
— Não achei os guardanapos — falei, provavelmente fedendo a sexo e com marcas de barba nas coxas. — E perdi meus óculos de sol.
Os olhos dele foram pro galpão e voltaram pra mim.
— Perdeu, foi?
Me senti uma adolescente pega no flagra, igual quando minha mãe me pegou fumando ciganinha aos 15 anos.
Antes que eu inventasse uma desculpa, o Breno apareceu com uns guardanapos.
— Achei isso atrás das plantas.
Todo tranquilo, cabelo bagunçado, lábios inchados, mas agindo como se nada tivesse acontecido.
O Diego apertou minha cintura.
— Quer vir jantar com a gente qualquer dia, Breno?
Que porra é essa?
Naquela noite, no quarto, o Diego tava com os dedos em mim enquanto eu contava tudo. Cada detalhe. Parando sempre que eu tentava pular alguma parte.
— No nosso galpão — disse ele, fazendo um movimento com os dedos que me deixa louca. — Enquanto eu discutia verba com o reitor.
— Tu tá brabo? — perguntei, sem saber se queria que ele ficasse ou não.
— Tô puto — disse ele, com a maior ereção que vi em anos, esticando a calça do pijama como uma barraca. — Tô tão puto que vou ter que te castigar. Mas primeiro, me conta direitinho que gosto tinha o pau dele.
Quinze anos de casada e meu marido se excita ouvindo sobre mim com outros caras. Podia ter me contado antes, né? Todas as vezes que cheguei tarde, na ponta dos pés, depois de uns drinks no departamento, com medo que ele sentisse o cheiro de outra pessoa em mim, e ele provavelmente ia adorar.
Contei tudo, até a parte dos óculos. Ele riu tanto que quase amoleceu.
— Nos teus óculos caros? Aqueles que quase me faliram?
— Em cima deles — confirmei. — Destruídos.
— Valeu cada centavo — ele gemeu. — Da próxima, quero ver. Ou participar.
Hesitei, depois falei:
— Ele pegou minha meia.
O pau do Diego até tremeu contra minha perna.
— Como é?
— Usei pra calar ele. Tava gemendo alto. Ele guardou no bolso.
— Caralho — Diego sussurrou, os dedos acelerando dentro de mim. — Ele disse por quê?
— Disse que era uma lembrança.
Diego gozou na hora, sem eu nem tocar nele. Só de pensar nisso, explodiu. Aos 46 anos, gozando como adolescente. Homem é tudo igual.
E foi assim que convidamos o Breno, o novinho de 25 anos, pra jantar com a gente, com intenções que vão muito além de cuscuz e carne de sol.
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**O Jantar**
O jantar rolou. O Diego passou o dia na cozinha, coisa rara. Ele, que mal esquenta feijão, de repente virou mestre-cuca, fazendo um baião de dois que era uma obra-prima. Até comprou taças novas na Casa dos Frios, daquelas que te olham torto se você pergunta o preço.
— Tô exagerando? — perguntei, vendo ele picar coentro.
— Só quero impressionar — ele riu, com um olhar que me deu vontade de jogar uma panela na cabeça dele.
Passei horas me arrumando. Usei aquele creme caro que comprei na farmácia do Shopping Tacaruna, calcinha combinando que guardo pra ocasiões especiais que nunca acontecem. Até pintei as unhas dos pés, como se o Breno fosse reparar.
O Diego tava me olhando como se eu fosse um presente de São João. Ficava sugerindo roupas:
— E aquele vestido preto?
Aquele que grita “crise de meia-idade” e “ainda sou gostosa”? Não, valeu.
Escolhi um vestido azul, com decote na medida, sem parecer que tava mendigando atenção. Embora convidar o novinho pra jantar e transar seja, tipo, a definição de desespero. A linha entre “chique” e “piriguete” tava bem borrada.
A campainha tocou às 19h30, pontual. O Breno trouxe vinho e flores. Flores! Quem faz isso? Parece coisa de filme antigo. Parte de mim revirou os olhos, outra parte derreteu.
O Diego, claro, ficou todo bobo, arrumando as flores enquanto eu servia as bebidas. O Breno tava lindo demais. Calça jeans que caía perfeito, camisa azul que destacava os olhos. Um danado.
— Valeu por me receber, professor — disse ele, todo inocente, como se não tivesse me comido no galpão na semana passada.
— Me chama de Valéria — corrigi, suave. — Acho que já passamos das formalidades.
O Diego serviu o jantar, e a conversa fluiu de boa no começo. Descobri que o Breno tá fazendo mestrado em física, estudando buracos negros. Isso me fez sentir um pouco menos culpada por ter chupado ele. Pelo menos o menino tem cérebro.
Tudo tava tranquilo, até o celular do Breno tocar. Ele olhou, deu um sorrisinho, e meu estômago embrulhou.
— Desculpa, preciso responder — murmurou, digitando rápido.
— Encontro quente? — brinquei, mas minha voz saiu azeda.
— Algo assim — ele disse, com um meio sorriso. — A Doutora Sandra tá com dificuldade nuns cálculos. Falei que ia ajudar.
Doutora Sandra. Pernas longas, publicada na *Nature* por uns estudos sobre física de partículas. Aquela que usa saias que fazem os alunos tropeçarem nos corredores.
— Sandra? — falei, com a voz travada. — Que... legal.
O Diego me olhou, com um brilho nos olhos que dizia: “Tá ficando bom”.
— Ela é brilhante — o Breno guardou o celular, rápido demais. — Tô ajudando com uns modelos dela. Coisa fascinante.
Ajudando com “modelos”. Sei. E eu sou a rainha do frevo.
— Não sabia que vocês tavam... trabalhando juntos — arrisquei, com um nó no estômago. Minha cabeça já imaginava o corpo sarado dela, comparado ao meu, que é mais “confortável” que “de academia”.
— Pois é — ele tomou um gole de vinho, devagar. — Tamo trabalhando bem... intensamente.
A indireta me acertou em cheio. O Diego, que tava acompanhando como se fosse final de campeonato, riu baixo.
— Intensamente — repeti, com um tom doce demais. — Que... massa.
— Cê conhece a Sandra, né? — o Diego jogou lenha na fogueira. — Ela tá no comitê de ética, né?
Quase engasguei com o vinho. Claro, a Sandra, modelo de integridade, que ia ter um treco se soubesse do galpão.
— É ela — confirmei. — Bem... meticulosa.
O Breno deu um sorriso de canto.
— Meticulosa pra caramba — concordou, e meu sangue gelou.
Aposto que sim. Até os orgasmos dela devem ser perfeitinhos, com o cabelo arrumado.
Depois do jantar, fomos pra sala. Depois de três taças, eu tava territorial. Puta da vida, pra ser honesta. Sou casada, tenho uma carreira top, palestras marcadas em congressos no Brasil todo. Por que eu me importava se o Breno tava pegando a Sandra?
Mas me importava. Porque ele me olhou no galpão como se eu fosse a única mulher do mundo. E agora, saber que ele tava com a Sandra, com o corpo de academia dela, me deixava com ciúmes. Um ciúme que queimava.
O Diego, claro, sacou na hora.
— Mais vinho? — ofereceu, todo inocente. — O Breno tava contando da regata da universidade.
— A Sandra é boa — disse o Breno, esticando as pernas. — Pra uma iniciante. Tô dando umas aulas particulares pra ela no Capibaribe.
Aulas particulares. Sei.
— Que bonito — falei, com o maxilar doendo.
— Ela é flexível — ele continuou, com os olhos brilhando. — Aprende rápido.
O Diego, se divertindo, cutucou:
— Então, tu é disputado como professor, hein?
— Reservo tempo pros alunos certos — o Breno respondeu, me olhando nos olhos. — Alguns são mais... dedicados.
Que cara de pau! Me olhando enquanto falava da Sandra, sabendo que eu tava fervendo.
— Bom — virei o resto do vinho, sentindo queimar. — Não é especial? Tu ajuda todas as professoras, Breno, ou só as que têm menos de cinquenta?
O Diego tossiu, escondendo o riso. O Breno, sem se abalar, respondeu:
— Idade é só um número, Valéria. Acho a experiência bem mais... excitante.
Ele tava flertando e me avisando que tava com a Sandra. Que audácia!
O Diego pigarreou.
— Quem sabe a gente leva isso pra um lugar mais confortável?
A tensão tava tão grossa que dava pra cortar com faca. Meu rosto tava quente, de vinho, raiva e tesão. Mesmo sabendo que ele tava com a Sandra, eu ainda o queria. Com uma vontade que doía.
— Na real — o Breno olhou pro relógio, com uma cara de arrependimento que não convenceu. — Tô de saída. A Sandra tá esperando uns... dados.
Dados. Sei. E eu sou o Papa.
— Claro — levantei rápido, quase caindo. O vinho tava pegando. — Não deixa a Doutora Sandra esperando. Os dados dela devem ser fascinantes.
O Diego me lançou um olhar de “se controla, mulher”. O Breno se levantou, todo alto e com aquela graça de quem sabe que é gostoso.
— Mas a gente vai discutir aquele artigo seu sobre desejo, Valéria. Tô louco pra conversar mais.
O Diego o levou até a porta e voltou rindo.
— Isso foi interessante — disse, se jogando no sofá.
— Ele tá comendo a Sandra — sibilei, com as palavras amargas. — A Sandra, toda perfeita.
— Parece que sim — o Diego concordou, feliz demais pro meu gosto. — E isso tá te deixando louca, né?
— Não tô com ciúmes — menti, mesmo com meu corpo gritando outra coisa.
— Mentirosa — ele murmurou, deslizando a mão pela minha coxa. — Tô sentindo o ciúme daqui, Valéria.
— Não tô — insisti, mas ele já tava com a mão na minha calcinha, sentindo o molhado.
— Talvez a Sandra saiba — ele provocou, os dedos subindo. — Quem sabe elas trocam notas, Valéria. Suas conquistas.
Fiquei puta. E molhada. As duas coisas.
— Tu ia gostar disso — acusei. — Ele falando de mim com ela.
— E tu não ia? — ele retrucou, os dedos entrando na renda.
Não respondi. Não precisava. Minha respiração já tava ofegante.
— Quem sabe a gente convida a Sandra — ele continuou, puxando meu vestido. — Pra ver quem ele prefere.
— Cala a boca — sussurrei, mas não era isso que eu queria dizer.
— Te fazer competir — ele insistiu, com a voz rouca. — Professora respeitada contra doutora novinha. Quem ganha, Valéria?
— Te odeio — gemi, meio séria, enquanto os dedos dele me faziam tremer. Eu tava vergonhosamente molhada.
— Tô vendo — ele rosnou, os dedos se curvando. — Tô vendo que tu tá pensando nele com ela. Ou tu com os dois.
— Os dois — admiti, com o rosto pegando fogo. — Ele me escolhendo. Sabendo que eu sou melhor.
O Diego me empurrou no sofá, arrancando minha calcinha.
— Continua — gemeu, se posicionando entre minhas pernas.
— Ele dizendo pra ela que eu sou melhor — ofeguei enquanto ele me penetrava com força. — Que minha xota é mais gostosa. Mais apertada. Que eu faço ele perder o controle.
O Diego tava transando como nunca. Como um bicho, os dedos cravando nos meus quadris. Eu tava perto, rápido demais, o ciúme, o vinho e a conversa suja me levando pro abismo.
— Tu ia fazer ela assistir — ele grunhiu, as estocadas ficando descontroladas. — Mostrar como uma professora de verdade fode.
— Sim — sibilei, gozando com força, apertando ele com tudo. Vi estrelas. O Diego veio logo depois, gemendo e xingando enquanto gozava dentro de mim.
Caímos, suados, espalhados no sofá.
— Puta merda — ele ofegou contra meu pescoço.
— Foda-se — concordei, meio zonza.
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**A Reunião da Universidade**
Na manhã seguinte, reunião da universidade. Minha cabeça latejava como se tivesse um trio elétrico dentro. Uma ressaca brigando com os flashbacks do que eu e o Diego fizemos depois que o Breno saiu. Toda aquela conversa de “mostrar quem é melhor”. Na hora, foi foda. Agora? Meio vergonhoso, pra ser honesta.
E quem tava lá? A Doutora Sandra, fresca como uma flor de mandacaru, num vestido impecável, sem ressaca nenhuma. Cabelo liso, anotando tudo com uma caneta chique que devia custar mais que meu carro.
— Bom dia, Valéria — ela disse, com um sorriso largo demais. — Dia bonito, né?
Resmunguei algo. Talvez “bom dia”. Talvez “sai fora”. Difícil dizer.
A reunião foi eterna. Verbas, reclamações de alunos, a mesma ladainha. Eu tava no automático, tomando o café mais ruim do Recife, tentando não vomitar, quando o celular da Sandra acendeu na mesa.
Não devia ter olhado. Mas olhei, né? Meus olhos foram direto.
Uma mensagem do “B”, com um emoji de remo.
As palavras queimaram na minha mente: “Ontem foi foda. Quinta de novo? Traz as meias.”
Meias? Minhas meias não eram boas o suficiente? Ele tava colecionando, era? Como se fosse troféu de São João? Fiquei enjoada e com raiva ao mesmo tempo.
Devo ter feito um barulho, porque a Sandra me olhou, com as bochechas rosadas, e virou o celular rápido.
— Desculpa — murmurou. — Devia ter silenciado.
— Sem problema — respondi, com a voz tensa. — Assunto pessoal, então?
— Algo assim — ela sorriu, com uma cara de quem sabe demais.
Depois da reunião, encurralei ela no corredor. Não sei por quê. Meu cérebro tava uma bagunça de café, ciúmes e más decisões.
— Então — comecei, tentando soar normal. — Tu tá trabalhando com o Breno nos teus modelos?
As sobrancelhas dela subiram.
— Sim. Como cê sabe?
— Ele mencionou — falei, vaga. — No jantar. Ontem. Comigo e o Diego.
Vi o momento que ela sacou. Os olhos se arregalaram, depois ficaram calculistas, e, pior, divertidos. Um sorriso lento apareceu.
— No jantar — ela repetiu, com uma voz doce. — Com cê e o Diego?
— É — confirmei, com o maxilar travado.
— Que... interessante — ela ronronou, dando mil significados pra palavra. — Ele é esperto, né? Bem... entusiasmado.
Entusiasmado. Argh.
— Muito — concordei, com o rosto queimando. — E disputado como tutor, pelo que sei.
— Ô, se é — ela disse, jogando o cabelo pra trás. — A Doutora Regina também tá elogiando ele.
Doutora Regina? Aquela de 60 anos, com cabelo grisalho e colares de artesanato que parecem gritar “sou intelectual”?
— Regina? — perguntei, com a voz fraca.
— Pois é — a Sandra confirmou, com um sorrisinho. — Ele tá ajudando com uns cálculos dela. Diz que ele tem uma habilidade danada pra... visualização.
Visualização, uma ova. O menino tava comendo o departamento inteiro. Uma lista doida. Literatura, física, química... quem vem depois? A Dona Zélia, da antropologia, com aquelas tranças brancas e papos sobre rituais de acasalamento? Valha-me.
Tentei manter a dignidade.
— Bom, parabéns pra ele. Tô vendo que tá montando uma rede acadêmica.
— Uma rede danada de grande — a Sandra sorriu, com uma cara de quem sabe tudo. Depois, com um sorriso falso: — Tô correndo. Trabalhos pra corrigir. Modelos não se analisam sozinhos.
Ela saiu, me deixando ali, feito uma idiota, com raiva no corredor vazio.
Passei o dia num nevoeiro de ciúmes. Ridículo, né? Sou uma professora respeitada, com estabilidade, um casamento ótimo que, de repente, ficou mais interessante. Por que eu ligava se um novinho de 25 anos tava pegando o departamento como se fosse um buffet livre?
Mas ligava. Porque ele me olhou no galpão como se eu fosse única. Como se eu fosse a mulher mais desejada do Recife. E agora, eu me sentia só mais uma na lista dele.
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**A Consulta de Pesquisa**
Naquela noite, no meu escritório, tentando ignorar o ciúme, recebi um e-mail. Assunto: “Consulta de Pesquisa”. Do Breno.
“Prezada Valéria,
Tô interessado em discutir seu artigo sobre desejo em *O Primo Basílio*. Cê tá livre amanhã às 15h? Tô vendo uns paralelos entre disciplinas que acho que cê vai curtir.
Aguardando,
Breno”
Comparando disciplinas, né? O danado tava nos comparando.
Devia ter apagado. Devia ter denunciado pro RH. Mas meus dedos voaram no teclado.
“Breno,
Meu horário é das 14h às 16h às quintas. Posso te encaixar às 15h. Tô curiosa sobre esses paralelos.
Valéria”
Não contei pro Diego. Foi o primeiro segredo de verdade em anos. E, bicho, que delícia.
Na quinta, passei um tempo danado me arrumando. Troquei de roupa três vezes, bufando de raiva a cada escolha. Botei aquele perfume caro que guardo pra congressos, que grita “autoridade, mas sexy”. E, claro, as meias. As da C&A, novinhas, que fazem as pernas parecerem de 30 anos. Diferentes das que ele levou. Tô competitiva até com meia, vê se pode.
Às 15h, uma batida firme na porta.
— Entra — chamei, ajeitando o batom no celular, como uma adolescente.
O Breno entrou, lindo demais, com jeans escuro e camisa justa que marcava os ombros. O danado sabia o que tava fazendo.
— Valéria — ele disse, com a voz grave, fechando a porta. O clique da tranca fez meu coração disparar.
— Breno — respondi, tentando soar profissional. — Queria falar de metodologias?
Ele sorriu, encostado na porta, braços cruzados.
— Entre outras coisas. Tipo, por que cê parecia querer matar a Sandra no jantar.
— Não sei do que cê tá falando — menti. — A Sandra é uma colega respeitada.
— Com pernas danadas — ele acrescentou, com um brilho nos olhos. — Ainda mais de meia.
Que cara de pau! Tava me provocando. E funcionando.
— É por isso que cê tá aqui? — levantei, com as mãos cerradas. — Pra falar das meias da Sandra?
— Não — ele se aproximou, lento. — Porque cê tá com ciúmes, Valéria. E isso é sexy pra caramba.
— Não tô com ciúmes — insisti, mesmo ele estando tão perto que eu sentia o calor dele, o cheiro de perfume. — Cê tá comendo o departamento todo, né? Um projeto de intimidade acadêmica.
— Não todo o departamento — ele corrigiu, com um sorriso. — Só as interessantes.
— E o que faz alguém interessante, Breno? — perguntei, com a voz rouca. — Um diploma e um pulso?
Ele riu, um som quente.
— Não. É como elas reagem ao desafio. Como lidam com ser a segunda opção.
— Segunda opção? — repeti, com a voz tremendo. — É isso que eu sou?
— Ainda não sei — ele disse, com os olhos brilhando. — A Sandra tá num nível alto. E a Regina... lendária.
Pronto. Aquela comparação me matou.
— Senta — ordenei, apontando pra cadeira.
Ele obedeceu, com um brilho de diversão nos olhos. Apaguei a luz forte do teto, deixando só a claridade da janela. Fechei as persianas, empurrei uns papéis. Tudo bem profissional. Só que não.
Aí, com um movimento que era puro desafio, levantei o vestido e sentei na beira da mesa, bem na frente dele, com as pernas entreabertas. O tecido roçou nas meias.
— Vamos falar de metodologias, Breno — disse, com a voz calma. — Tô curiosa sobre teus critérios de comparação.
Os olhos dele foram pras minhas pernas. O náilon brilhava na luz fraca.
— Técnica, claro. Entusiasmo. Criatividade. Vontade de explorar.
— E a pontuação da Sandra? — perguntei, cruzando as pernas lentamente, sabendo que o som do náilon ia mexer com ele. E mexeu.
— Alta — ele admitiu, hipnotizado. — Ela é... aventureira.
— Aventureira como? — insisti, gostando da tensão na voz dele.
— Comi ela na mesa do escritório dela. No horário de atendimento. Tinha gente no corredor.
Fiquei sem ar. Uma imagem quente e irritante.
— Básico — descartei, embora meu coração tava disparado. — Meio clichê, Breno.
— Não? — ele desafiou. — E o que cê sugere, Valéria?
Deslizei a mão por baixo da saia, tirei a calcinha e balancei no dedo.
— Às vezes, a teoria precisa de prática. Sujar as mãos.
O pomo-de-adão dele subiu e desceu.
— E tua hipótese, Valéria?
— Que experiência ganha de entusiasmo puro — disse, deixando a calcinha cair no colo dele. — Que eu faço cê esquecer a Sandra e a Regina em menos de dez minutos.
Ele tava duro, visível na calça.
— Ousada — disse, com a voz rouca.
— Baseada em evidências — abri as pernas, convidando. — Vem cá, Breno. Vamos testar.
Ele veio, as mãos nas minhas coxas, afastando-as.
— A Sandra era barulhenta — murmurou, os dedos traçando as meias. — Tive que amordaçar ela com a calcinha.
— E a Regina? — perguntei, enquanto os dedos dele me encontravam, molhada e pronta.
— Quieta, mas intensa. Me chamou de “bom menino” quando fiz ela gozar com a língua. Tinha gosto de cachaça boa e papel velho.
Ri, sem querer.
— Claro que sim.
Os dedos dele entraram, me fazendo ofegar.
— Cê, Valéria, é foda. Fria por fora, mas uma safada por dentro. Tão molhada que é crime.
Ele abriu minha blusa, botão por botão, e baixou o sutiã.
— Quantas professoras cê tá comendo, Breno? — perguntei, arqueando pro toque dele.
— Com cê, três — disse, chupando meu mamilo. — Mas cê é a única cujo marido sabe. A única que curte a competição.
— Isso me faz especial? — ofeguei, enquanto ele curvava os dedos, achando o ponto certo.
— Muito — murmurou contra minha pele. — As outras escondem como se fosse vergonha. Cê assume o que quer.
Desabotoei a calça dele, liberando o pau. Grande, pulsante, com aquela veia grossa.
— Então, cê tá nos usando pra tirar nota? — perguntei, enquanto ele roçava na minha entrada.
— Só tiro dez desde o primeiro ano — ele riu, entrando devagar. — É só diversão. Por amor à ciência... e outras coisas.
O tamanho dele me fez gemer alto. Era diferente do Diego, que é ótimo, mas isso... era outra categoria.
— Não é à toa que a Regina te chamou de “bom menino” — sussurrei, com a cabeça na parede enquanto ele ia fundo.
Ele riu, começando a se mover. Estocadas lentas, profundas, com estalos úmidos ecoando no escritório.
— Ela também me chamou de safado — disse, com o polegar no meu clitóris. — Depois que chupei ela por uma hora. Gozou três vezes. A xota dela encharcou tudo.
A imagem da Regina, toda séria, com as pernas abertas pro Breno, quase me fez gozar na hora.
— Gostou? — perguntei, envolvendo a cintura dele com as pernas. — Comer alguém com idade pra ser tua avó?
— Adorei — ele admitiu, acelerando. — Ficou tão molhada que precisou de um xale pra sair do escritório.
Ri, ofegante, e gemi quando ele acertou o ponto de novo.
— E a Sandra?
— Tinha gosto de abacaxi — ele disse, mais rápido. — Usa sabonete chique. Doce demais.
Eu tava perto, vergonhosamente rápido. O pau dele, as palavras sujas, a situação toda tava me levando ao limite.
— Vou gozar — avisei. — Não para, Breno...
— Não vou — ele grunhiu, me segurando firme. — Quero sentir cê gozando no meu pau. Quero saber que sou a melhor foda que cê já teve.
Danado convencido. Mas tava certo.
Gozei forte, mordendo a mão pra não gritar. Ele continuou, buscando o próprio gozo.
— Onde, Valéria? — perguntou, ofegante.
— Dentro — exigi, puxando ele mais fundo. — Quero sentir. Quero ir pra reunião com o reitor com tua porra escorrendo pelas coxas.
Ele gozou com um gemido abafado, se esvaziando dentro de mim. Senti cada pulsação, quente, me enchendo. Quando ele saiu, vi o esperma escorrer, manchando a cadeira e as meias.
— Caralho — ele murmurou, admirado. — A coisa mais foda que vi esse ano, Valéria.
Ele pegou um pouco do esperma e empurrou de volta pra dentro de mim, com um sorriso safado.
— Quero cê cheia — disse, com os dedos ainda dentro. — Pensa em mim quando apertar as coxas e sentir escorrer.
Sorri, me sentindo a rainha do frevo. Aposto que a Sandra nunca deixou ele fazer isso no escritório dela. Muito preocupada com a reputação.
— Tô com reunião em vinte minutos — falei, casual, sem me limpar. — Com o reitor.
Os olhos dele arregalaram.
— Cê não vai...
— Limpar? — terminei, com um sorriso triunfante. — Não. Vou sentar na frente do reitor com tua porra nas minhas meias. Ver se ele percebe. Uma rebeliãozinha, né?
Ajeitando a roupa, senti algo acordar em mim. A umidade quente entre as coxas não era só sobre superar a Sandra. Cada passo pegajoso até a sala do reitor era como recuperar a Valéria rebelde, que existia antes da estabilidade, antes do Diego, antes da respeitabilidade me prender. Não era só o Breno. O pau dele só destrancou algo selvagem que as reuniões da universidade quase apagaram.
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**A Taça do Recife: Dinâmica de Classe**
Bicho, ontem eu fiz um ménage dos brabos. Com o Breno e uma garota chamada Jô, que trabalha no bar da orla de Boa Viagem. Como raios cheguei nisso? Deixa eu voltar.
Tudo começou com o Breno me prensando na mesa do meu escritório, os lábios famintos nos meus, as mãos nas minhas pernas.
— Então, essa Jô — ele murmurou, tocando a pele acima das meias. — Tá super a fim de entrar na nossa.
Só de pensar, minha calcinha ficou encharcada.
— Como ela é?
— Trabalha no quiosque da praia. Tem um piercing na língua que te faz ver estrelas. Comi ela atrás do quiosque depois do turno dela. Saia ainda vestida, calcinha no chão.
Ele me empurrou na mesa, me beijando fundo.
— Experimentação entre classes — murmurou contra meu pescoço, deixando uma marca que eu ia ter que esconder.
— É só isso que te interessa? — perguntei, empurrando os quadris contra ele. — Teu placar doido?
— Não só isso — ele sorriu, puxando minha saia. — Mas não finge que cê não pensa na Sandra. Quantos pontos cê tá agora?
— Quarenta e dois — ofeguei, enquanto ele entrava na minha calcinha. A Taça do Recife, o jogo sujo do Breno, começou quando ele passou a “consultar” professoras. Um sistema de pontos por encontros tabus. — A Sandra tá com 35, depois da professora de São Paulo. Como cê sabe dos pontos?
— Meu placar? Tô de olho em todo mundo, Valéria — ele disse, com o dedo no meu clitóris. — A Sandra tá bem, mas dei uns pontos extras pra ela por criatividade com a professora de São Paulo. Ela me contou da rivalidade de vocês.
— Cê não fez isso! — explodi, com raiva e tesão. — Cê tá comendo a Sandra também?
— Claro — ele deu de ombros, todo convencido. — Falei pra ela que cê tem um gosto melhor. Tipo cachaça artesanal e livros antigos.
Fiquei sem ar. Era foda ele nos comparar, duas professoras respeitadas, reduzidas ao sabor das nossas xotas.
— Meu Deus, tuas pernas — ele murmurou, se ajoelhando, a boca subindo pela minha coxa. — Me deixam louco. A Sandra usa meias baratas, da Renner.
Ri, com a cabeça caindo pra trás.
— Tu é um tarado.
— Cê adora — ele disse, lambendo pela calcinha. — E aí, a Jô? Sexta, oito horas? Hotel na Boa Viagem?
— Sim — ofeguei, enquanto a língua dele acertava o alvo. — Reserva no nome do Diego.
— Velho safado — o Breno aprovou. — A maioria dos caras ia surtar se a mulher fosse comida por uma garçonete e um aluno.
— Quinze anos de casado, e ele descobre que curte isso — falei, agarrando o cabelo dele.
— Então, a Jô — ele disse, se encostando na mesa. — É meio bruta. Não é do tipo que frequenta congressos.
— Perfeito — respondi, com o clitóris latejando. — Quero algo que a Sandra nunca ousaria.
— Ela tem 23 anos, é da Boa Viagem — os olhos dele escureceram. — Peitos enormes. E o piercing na língua... — Ele me beijou fundo. — Quando ela usar isso, cê vai gritar.
Nossa! Meus alunos de mestrado são mais velhos que ela!
— E ela sabe que eu sou...?
— Uma professora chique? Sabe. É metade do tesão — ele riu. — Disse que sempre quis comer alguém que fala como âncora de telejornal. Fica toda molhada só de pensar.
— Encantador — murmurei, mas meu corpo tava em chamas.
— E tem a máscara — ele acrescentou. — Quero filmar tudo, cê com meu pau na boca, enquanto ela te chupa. A gente manda pro Diego.
— Tô dentro — concordei, sentindo um arrepio. A máscara veneziana preta foi ideia do Diego. — Anonimato é tudo.
— Mas meias — ele disse, subindo a mão pela minha coxa. — Das boas. A Jô vai querer sentir como é o lado rico da vida.
— Claro — respondi, irônica. — Deus me livre de usar meias da Renner enquanto uma garçonete me chupa. Vou com as da C&A. O Diego comprou três pares novos. Disse que era “investimento em pesquisa”.
Saindo do escritório, ainda sentindo o toque do Breno, pensei na Sandra, toda metida na última reunião. As indiretas dela sobre o “fim de semana intenso” com a professora de São Paulo eram insuportáveis.
O Diego ficou louco quando contei do plano. Em vez de ciúmes, os olhos dele brilharam.
— A Sandra nunca ia se meter com uma garçonete — ele disse, com a mão na minha coxa. — É perfeito. Quinze pontos pela diferença de classe. Mais bônus pela idade. Cê tá na frente.
Enquanto me fodia, ele sussurrou cenários sujos: eu de joelhos pra uma garçonete, ele querendo cada detalhe gravado. Pra posteridade.
Na sexta, o Diego virou meu estilista. Escolheu as meias, com reforço na coxa.
— Melhor pra amarrar — explicou, com um olhar que me fez pensar nos segredos que ele guarda.
— A máscara é essencial — disse, segurando a peça veneziana preta que compramos em Salvador. — Anonimato e fantasia num pacote só.
Quando saí pro hotel, ele me beijou fundo.
— Faz a professora de São Paulo parecer amadora.
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**No Hotel**
O hotel na Boa Viagem não é nenhum resort de luxo, mas perfeito pra essa loucura. O corredor tinha carpete meio grudento, com cheiro de produto de limpeza misturado com cuscuz velho. O barulho de uma máquina de refrigerante quebrada brigava com as vozes abafadas atrás das portas.
Respirei fundo, sentindo o gosto de ar-condicionado mofado, e bati na porta do quarto 201.
O Breno abriu, sem camisa, com a calça jeans caindo nos quadris.
— Valéria — ele sorriu, com aquele charme de doer. — Entra. A casa da Jô...
— É ela? — uma voz gritou de dentro. — Tava na hora, véi!
A Jô tava na beira da cama, com uma cachaça pela metade, pernas abertas. Sem calcinha, num vestido justo que brilhava na luz. Loira, bonita de um jeito bruto, com unhas de acrílico roxas combinando com a bebida. Os peitos quase pulando do decote, brilhando na luz fluorescente que zumbia. Mas o que me pegou foram as pernas, com meias pretas com costura atrás. Não eram chiques, tipo da Marisa, mas usadas com uma confiança que fazia parecer mais sexy que minhas C&A.
O quarto era o esperado: paredes bege, quadros genéricos, um leve cheiro de umidade e um restinho de vatapá de alguém. Os lençóis de poliéster já tavam amassados, e faziam um barulhinho grudado quando toquei.
— E aí? — a Jô disse, me olhando rápido. — Cê é diferente do que eu imaginava. Pensei que ele disse que cê era morena.
— Eu nunca disse... — o Breno começou.
— Disse sim — ela cortou, tomando um gole. — Disse que era morena e tinha peitão.
Levantei uma sobrancelha pro Breno, que ficou vermelho.
— Talvez confundi uns detalhes — ele gaguejou. — Mas falei do teu intelecto brilhante.
— Sei — a Jô bufou. — Por pouco.
Fiquei travada, sentindo as rugas que não tinha dez anos atrás, a leve flacidez no queixo que nenhum creme disfarça. Aos 42, eu tinha o dobro da idade dela, num quarto que cheirava a escapadas de fim de semana.
— Oi — consegui dizer, soando como a professora que sou.
O Breno pôs a mão na minha cintura.
— Falei que ela era linda, né, Jô?
— Sei lá — ela fez um som, me olhando de cima a baixo, como quem avalia roupa na loja. — Acho que sim. Pra tua idade.
— Jô! — o Breno ralhou, mas eu dispensei com a mão.
— Cê não tá errada — falei, rindo. — Cachaça?
— É barata — ela avisou, servindo num copo de plástico. — Não é aquele licor chique que cês devem tomar nas festas da universidade.
Ri, sem querer.
— Cachaça tá ótimo.
O copo tava pegajoso, e o cheiro forte bateu antes do gole.
— Então, cê dá aula de literatura? — ela perguntou. — O Breno foi vago. Tô mais interessada na tua xota.
A cachaça desceu ardendo.
— É uma aliança? Teu marido sabe que cê tá aqui?
— Jô — o Breno suspirou. — Discrição, lembra?
— Qualé? — ela se defendeu. — É uma pergunta válida. Não quero um cara puto invadindo aqui.
— Tá de boa — respondi pra ela. — Sim, ele sabe. Até incentivou. E tu? O Breno falou do quiosque?
— Supervisora — ela disse, com orgulho. — Comecei servindo aos 18. Tô lá há cinco anos. — Ela sorriu, o gelo batendo nos dentes. — Me deixa véia em anos de quiosque.
Fiz as contas: 23 anos. Mais nova que meus alunos de mestrado.
— Fiz um curso de inglês na escola técnica — ela continuou, esticando as pernas, as meias brilhando. — A professora disse que eu tinha uma “visão única”. Acho que era por xingar muito nos textos.
Ri, surpresa com a autenticidade dela.
— Os melhores escritores quebram as regras.
— Sério? Devia ter falado isso pra ela — a Jô tomou um gole direto da garrafa, uma gota escorrendo no queixo. — Então, qual é a tua? Casada, óbvio. — Ela apontou pro meu anel. — E transando com um cara que podia ser teu filho. Meio clichê, né?
— Acho que sim — admiti.
— Sem julgamento — ela disse, com as pulseiras baratas tilintando. — A vida é curta. E ele é gostoso, admito. — Ela sorriu pro Breno, que pareceu um menino de 25 anos, não o sedutor que finge ser. — Tem uma bunda danada. Notei no primeiro encontro no Tinder.
— Pensei que fosse meu papo — o Breno fingiu mágoa.
— Não — ela disse, direta. — Foi a bunda. E tu pagando minhas bebidas.
— Falando em idade — o Breno tocou minha coxa, o náilon farfalhando. — Sabia que a Valéria escreveu um livro que é usado em faculdades? Antes de tu terminar a escola, Jô.
— Sério? — a Jô ficou impressionada, mas desconfiada. — Um livro de verdade? Com teu nome?
— Vários — admiti, sem querer parecer metida.
— Sobre o quê? — ela perguntou, e antes que eu respondesse: — Aposto que é chato.
— Desejo feminino na literatura do século XIX — falei, me sentindo exposta.
— Ha! — ela riu. — Chamei. Aposto que é curtinho. Não eram todas recatadas naquela época?
— Pelo contrário — comecei, entrando no modo professora. — As mulheres sentiam desejo intenso, só expressavam diferente...
— Diferente de combinar um ménage num hotel com gente jovem? — a Jô interrompeu, com humor. — Tinham Tinder vitoriano?
O Breno bufou.
— Imagina mandar um telegrama: “Quero foder, PARE.”
— Minha virtude tá intacta, PARE — acrescentei. — Mas aceito uma rapidinha no galpão após o forró, PARE.
— No galpão após o forró, PARE — a Jô riu, e meu rosto corou, não só de vergonha. Era foda ser zoada tão diretamente.
Ela se inclinou, me dando uma visão das coxas nas meias baratas.
— Essas são legais, né? — perguntou, passando a mão na perna. — Da Marisa. Coça um pouco, mas ficam boas. As tuas devem ser chiques.
— C&A — admiti. — Meu marido curte.
— Claro — ela riu. — Homem chique sempre curte. Meu ex era assim. O pai dele era professor. Ficava louco quando eu usava meias com a gravata da universidade dele.
— Passou dos limites — o Breno concordou. — Mas eu tenho uma gravata da universidade em algum canto...
— Nem pensa — a Jô avisou, rindo.
— E tu? — perguntei, animada pela cachaça. — Tem tuas paradas?
— Paradas? — ela repetiu.
— Fetiches — esclareci.
— Ô, se tenho — ela sorriu, maliciosa. — Esse piercing na língua tá roçando meu clitóris agora. — Ela se mexeu, gemendo baixo. — Fiz ano passado. Deixa tudo mais foda. Sabe, quando cê tá no mercadinho e ele roça direitinho, e tu tenta não fazer careta na fila?
O quarto ficou mais quente. O tesão veio forte com as palavras dela, com a forma crua que ela falava do prazer.
— Mostra — ouvi minha voz dizer, sem pensar.
Ela sorriu, largou a cachaça no criado-mudo e levantou o vestido. Sem hesitar, sem vergonha.
— Meu pai amado — murmurei, olhando. Ela era linda, com aquele corpo firme que o tempo ainda não tocou. Um hematoma leve no quadril, provavelmente de um esbarrão, coisa que no meu corpo demoraria semanas pra sumir. As meias baratas faziam as pernas parecerem mais longas.
— Gostou? — ela perguntou, com um toque de vulnerabilidade por trás da ousadia.
— Muito — admiti.
— Tua vez — ela disse, enquanto o Breno tirava meu casaco.
— Ei — ela suavizou, vendo minha hesitação. — Tô de boa. O Breno disse que cê é linda. E não tava mentindo.
— A máscara primeiro — o Breno sugeriu, fuçando minha bolsa. — Aqui. — Ele pegou a máscara veneziana, sacudindo com graça. — O Diego vai querer o pacote completo.
— Fica mais misterioso — a Jô piscou, afastando meu cabelo e prendendo a máscara com jeito. — Pronto. Sexy pra caramba.
— Valeu — murmurei, sentindo a seda quente.
— De boa. Costumava arrumar minha irmã pro balé — ela disse, rindo.
Com a máscara, minha visão ficou focada neles, aguçando os outros sentidos. A Jô desabotoou minha blusa.
— Chique pra danar — elogiou, alisando a seda. — Aposto que custou meu salário.
— Provavelmente — admiti, com uma mistura de vergonha e tesão.
— Valeu a pena — ela disse, tirando a blusa. Seus dedos roçaram meu sutiã, um La Perla caro. — Isso também. Chique demais.
O Breno veio por trás, as mãos nos meus peitos.
— A Valéria tem gosto danado — murmurou. — Em tudo.
— Inclusive teus amigos? — a Jô provocou, rindo.
— Principalmente — ele respondeu, apertando contra mim, me fazendo sentir ele duro.
— Cê tá me encarando, Valéria — ele brincou. — Gostou do que viu?
— Muito — repeti, estendendo a mão, mas ele segurou meu pulso.
— Ainda não — disse, com a voz grave. — Primeiro, vamos garantir que cê não toque em nada.
A Jô foi pra trás, os peitos contra minhas costas, me abraçando.
— Deita — sussurrou no meu ouvido. — Deixa a gente cuidar.
Obedeci, deitando na cama, a cabeça nos travesseiros vagabundos do hotel, o corpo exposto. A máscara aumentava a sensação de vulnerabilidade.
— Essas meias são um luxo — a Jô disse, acariciando minha perna. — Mas as minhas são mais úteis.
Ela tirou uma meia com costura, revelando a panturrilha bronzeada.
— Vira um pouco — pediu, e amarrou meus pulsos com o náilon. — Tô apertando muito?
Testei os pulsos. Firme, mas confortável.
— Perfeito.
— Beleza — ela disse, me ajudando a voltar. Tirou a outra meia e, com o Breno, amarrou meus tornozelos.
— Não é a primeira vez que cê amarra alguém, né? — o Breno perguntou, passando a mão na perna dela.
— Não sabia? — ela retrucou, provocadora. — Pra alguém que conheci no Tinder, tu gosta de experimentar.
— Tu não perdeu tempo — comentei, invejando a ousadia da juventude.
— O perfil dele dizia “mestrando quer aventura” — ela riu. — Pensei: por que não? Mas não esperava transar atrás do quiosque.
— Um encontro espontâneo — o Breno corrigiu, com charme. — Mais poético.
— Não é tua primeira vez amarrada, né, Valéria? — a Jô perguntou.
— Não — admiti. — Mas faz tempo. Desde uma conferência em Fortaleza, com um professor de história.
— Que escândalo — a Jô brincou. — Pensei que professores só falavam de livros.
— Às vezes, falamos de livros amarrados — respondi, seca.
— Relaxa — ela sussurrou no meu ouvido. — Vamos cuidar direitinho. Se algo não estiver de boa...
— É só dizer “reunião da universidade” — o Breno sugeriu. — Nada mata o clima como burocracia.
Ri, apesar da tensão.
— Palavra perfeita. Só de pensar no comitê de currículo, fico mais seca que o sertão.
— Nem fala em comitês — a Jô gemeu, sentando na minha coxa, a pele quente contra minha meia. — Meu chefe no quiosque é viciado. Reunião de segurança, de satisfação. Como se alguém ficasse satisfeito limpando cerveja derramada.
— A burocracia do prazer — o Breno refletiu, tocando meu tornozelo. — Uma dialética danada, né, Valéria?
— Tô vendo que cê tá usando as palavras das tuas monografias — retruquei, fazendo os dois rirem. — Ninguém usa “dialética” na cama, a menos que queira impressionar.
— Me pegou — ele admitiu, rindo. — Mas não era literatura que eu queria impressionar. Era a Doutora Márcia, de sociologia. Ela curtia umas teorias marxistas.
— Tu não fez isso — engasguei. — A Márcia? Ela tá no comitê de ética!
— Um comitê bem flexível — ele sorriu. — Me fez recitar *O Capital* enquanto ela...
— Foco, véi! — a Jô cortou, apontando pra mim. — Temos uma professora amarrada aqui.
— Ou uma acadêmica esperando verba — o Breno brincou.
Ri alto.
— Piada de professor na cama? Sério?
Aí a boca da Jô tava em mim, o piercing frio contra a língua quente. O contraste era elétrico, apagando minha capacidade de pensar. Só sentia.
O Breno ficou do lado, olhando.
— Escuta ela — murmurou, enquanto eu gemia.
— Chique até sendo comida — a Jô disse, levantando a cabeça.
— Espera ela gozar — o Breno respondeu, guiando a cabeça dela de volta. — Da última vez, disse “caralho” sete vezes.
— Não disse — protestei, mas gemi quando a Jô achou um ponto sensível.
O Breno se aproximou dos meus lábios.
— Cê gosta disso, né? De ser segurada. Possuída. Observada.
— Sim — admiti, com a confissão ardendo. — Meu pai, sim.
Depois de me levar ao limite várias vezes, a Jô sentou nos calcanhares, limpando a boca.
— Tua vez — disse pro Breno. — Preciso de um intervalo.
Eles trocaram de lugar. O Breno me penetrou com uma estocada suave, enquanto a Jô me beijava, me deixando sentir meu próprio gosto.
— Não goza rápido — a Jô avisou pro Breno, cravando as unhas no ombro dele. — Quero minha vez depois.
O ritmo dele hesitou, o desejo na cara dele.
— Vou ter que pensar em física quântica se cê continuar falando assim.
Ela riu e voltou pra mim, brincando com meus mamilos enquanto o Breno acelerava.
— Ela tá perto de novo — a Jô disse, olhando meu rosto.
A dupla estimulação me levou a outro gozo. Quando a Jô mordeu meu mamilo, com uma dorzinha gostosa, eu me desmanchei, xingando alto.
Enquanto eu ofegava, vi a Jô montar o Breno, de costas pra mim, cavalgando devagar. Era excitante: as costas dela flexionando, os quadris rolando, as mãos do Breno na cintura dela. Eu não era mais o centro, só uma espectadora, e isso tinha um tesão próprio.
— Me desamarra — pedi, de repente.
A Jô olhou por cima do ombro.
— Certeza?
— Sim — insisti. — Quero tocar vocês.
O Breno afrouxou as meias nos meus pulsos. Livre, sentei, tocando o quadril da Jô, as costas lisas. Ela estremeceu.
— Caralho — ela sussurrou. — Isso é bom.
Nos ajeitamos. O Breno deitou, a Jô montou no rosto dele, de frente pra mim. Eu me ajoelhei entre as pernas dele, chupando enquanto a língua dele fazia a Jô gritar. As mãos dela guiaram minha cabeça, e me beijou fundo.
— Meu pai — ela ofegou. — Isso é o espeto assado mais chique do mundo.
Ri, quase engasgando com o Breno.
— Não faz ela rir no boquete! — ele protestou, com a voz abafada entre as coxas da Jô. — É perigoso!
— Desculpa! — a Jô riu, sem arrependimento. — Mas é verdade. Somos tipo um biscoito recheado. Como chama?
— Prestígio? — sugeri, me afastando.
— Isso! — ela exclamou. — Um baita Prestígio!
— Acho que sou o recheio — o Breno brincou. — Que indigno.
O absurdo só aumentava o tesão. Era libertador, um sexo que não se levava a sério, misturando prazer intenso com piadas ruins.
Depois, o Breno pegou o celular.
— O Diego vai querer ver — disse, apontando a câmera pra mim, ainda com as meias da Jô nos tornozelos. A Jô tava esparramada, com a perna sobre a minha.
— Se mexe um pouco pra esquerda — ele orientou a Jô. — Isso. Agora, finge que vai beijar ela.
— Tô beijando — a Jô respondeu, pressionando os lábios nos meus.
— Valéria, estica um pouco as pernas — ele pediu. — E põe a mão na bunda dela. O Diego vai curtir.
— Tô fazendo pornô ou concorrendo a edital de arte? — perguntei, seca, fazendo a Jô rir.
— Os dois — o Breno respondeu, ajustando o ângulo. — A Taça do Recife exige documentação artística. Tem que manter o padrão, mesmo na safadeza.
— Que pretensioso — resmunguei. — Teu senso estético precisa de um trato.
— Que tal “Amarrada na Pegada: A Queda de uma Professora”? — a Jô sugeriu, posando.
— Ou “Perversão Avaliada: Um Estudo de Ménage”? — o Breno retrucou.
— Talvez “Encontro de Classes: Um Estudo Interdisciplinar”? — sugeri.
— Meu pai, isso é pior que o nosso — a Jô riu. — Cê é professora mesmo.
— Risco do ofício — admiti. — Uma vez, intitulei um artigo sobre *Dom Casmurro* de “Bentinho e o Clímax Narrativo”. O chefe do departamento quase infartou.
— Cê não fez isso — o Breno riu, encantado.
— Fiz. Mudei antes de publicar, mas o rascunho ainda tá nos arquivos.
— Eu leria — a Jô disse. — Parece mais legal que as coisas que me obrigaram a ler na escola.
Depois, ficamos deitados, exaustos. A Jô massageou as marcas nos meus pulsos, com um toque suave. O Breno guardou o vídeo pro Diego. Tirei a máscara, sem precisar mais dela.
A Jô acendeu um cigarro, apesar da placa de proibido fumar.
— Quer? — ofereceu.
Hesitei, depois peguei.
— Não fumo desde a pós.
Ela passou, nossos dedos se tocaram.
— O quê? Professores não podem ter vícios?
— Só os escondidos — respondi, tragando. — A gente disfarça melhor.
— Tipo transar com alunos? — ela perguntou, rindo.
— E garçonetes, pelo visto — completei.
O Breno se espreguiçou, todo sarado.
— A Valéria marcou altos pontos na Taça hoje.
A Jô ficou curiosa.
— Que Taça?
— Nada — falei rápido.
— É algo sim — o Breno insistiu. — A Taça do Recife. Um torneio entre professoras.
— Breno — avisei, mas ele continuou.
— Pontos por aventuras. Diferença de classe, idade, grupo. — Ele apontou pra gente. — A Valéria marcou uns 45 pontos hoje.
As sobrancelhas da Jô subiram.
— Cês marcam pontos?
— Não é tão tosco quanto parece — falei, corando.
— É tosco sim — o Breno riu. — Por isso é foda.
A Jô caiu na gargalhada.
— Que massa. Um monte de professoras chiques com placar. — Ela tragou. — E eu, quanto valho? Garçonete de quiosque?
— Quinze pela classe — o Breno respondeu. — Dez pela idade. Cinco pelo lugar. Dez pelo vídeo. Cinco pela máscara.
— Quem tá ganhando? — ela perguntou.
— Agora, a Valéria — ele disse, apontando pra mim. — A Sandra tava na frente até hoje.
— Sandra — murmurei, com raiva. — Sempre metida nas reuniões.
— O que a Sandra fez? — a Jô quis saber.
— Uma professora de São Paulo e o marido — respondi.
A Jô bufou.
— Só gente chique com gente chique. Cadê a graça?
Ri, tocada pela indignação dela.
— É tipo MasterChef — ela continuou. — Qualquer um faz algo bom com lagosta. O talento é fazer algo foda com sardinha.
— Cês são doidos — a Jô disse, com admiração. — Não imaginava, olhando pra vocês. Tudo arrumadinho na rua, mas uns loucos na intimidade.
— Os quietos são os piores — o Breno sussurrou. — Minha amiga tá com uma bibliotecária que parece santa. Tem um quarto de sadomaso no porão. Correntes, chicotes, tudo.
— Mentira — a Jô zombou.
— Juro — ele insistiu. — Parece Dona Florinda, mas transa como estrela de site pornô.
Não aguentei o riso.
— Sabia que bibliotecárias escondiam algo. Toda essa energia de mandar calar.
— Falando em professores reprimidos — a Jô virou pra mim —, que outros segredos cê esconde?
— Teve uma vez, num congresso em São Paulo — comecei, à vontade —, que transei com três professores da USP na sauna do hotel.
— Três? — a Jô arregalou os olhos. — Juntos?
— Um depois do outro — esclareci. — Mas teve uma sobreposição.
— Caralho — ela sussurrou. — E eu achando que era ousada transando com o gerente no estoque do quiosque.
— Isso é aventura — garanti. — Estoque de bar é mais arriscado que sauna de hotel.
— Boa — ela riu. — Mas o Carlinhos botou um pano limpo antes. É atencioso.
Olhei pro celular do Breno, pensando no Diego.
— Falando no vídeo...
— Rigor acadêmico exige documentação — o Breno disse, sério.
— Pra revisão por pares — completei.
— E pra tocar uma — a Jô acrescentou.
— Meu pai, cê faz até ménage parecer chato — ela continuou, puxando o lençol. — É isso que ensinam na universidade?
— A gente busca conhecimento em todas as formas — o Breno disse, com charme. — Mas essa atividade extracurricular tá sendo mais foda que minhas aulas.
— Até teu papo de sexo parece monografia — a Jô riu, jogando um travesseiro. — Uma semana transando comigo, e eu já tô falando difícil.
— E eu achando que estudo era chato — ela disse, balançando a cabeça. — Vou contar pros meus colegas.
— Sem nomes — avisei, alarmada.
— Relaxa — ela disse. — Vou dizer que fiz um ménage com um cara chique e a professora dele. Vão achar que é lorota.
— Valeu — falei, aliviada.
— De boa — ela respondeu. — Todo mundo tem segredos. O meu é *Dom Casmurro*. O teu é transar por pontos num jogo doido. — Ela sorriu. — Todo mundo tem camadas.
— Como cebola — o Breno sugeriu.
— Ou pavê — respondi.
— Pavê, com certeza — a Jô decidiu. — Chique por cima, bagunçado por baixo e imundo no fundo.
Rimos, e senti uma intimidade estranha. Três pessoas de mundos diferentes, dividindo um cigarro e metáforas ruins.
— Tô indo — falei, olhando o relógio. — Reunião amanhã.
— Argh, essa palavra — o Breno gemeu. — É pior que banho frio.
— Cê sugeriu como palavra de segurança — lembrei, vestindo a roupa.
— Nada mata o clima como burocracia — ele respondeu.
Vesti cada peça, voltando a ser a Professora Valéria. A máscara foi pra bolsa, o vídeo pro Diego. As marcas nos pulsos sumiriam até amanhã.
— Tô de boa pra ir pra casa? — o Breno perguntou, vestindo a calça.
— Tô de carro — garanti.
A Jô ficou na cama, nua e relaxada.
— Foi massa — disse, me vendo abotoar a blusa. — Não me importaria de repetir.
—
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Comentários (1)
Nosreme: Vou esperar virar filme. Conto muito longo.
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