#Corno #Grupal

O RITUAL: Capítulos de 01 até o 05.

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Sempre fui mestra em guardar segredos, não só da Marina, mas de mim mesma. Meus pensamentos, desejos mais escuros, ficam trancados num canto da mente, onde nem eu ouso mexer. Até que, numa tarde abafada em Copacabana, tudo começou a rachar.
Eu tinha 28 anos, morava num apê de dois quartos com vista pro mar, aquele cheiro salgado entrando pela janela, misturado com o calor pegajoso do Rio. Era o tipo de lugar que fazia você se sentir vivo, mas também te sufocava. Eu e Marina, minha namorada de quatro anos, estávamos no comecinho do namoro quando passamos por uma lojinha de tatuagem na Lapa. O lugar era um caos: paredes descascando, cheiro de cigarro e cerveja quente, chão grudento de sabe-se lá o quê. Marina, com aquele jeitinho dela, riu e puxou meu braço. “Vai, Camila, faz uma tatuagem! Uma caveirinha, que tal?”, disse, os olhos brilhando, o cabelo cacheado balançando. Eu ri, desconversando. “Tô de boa, amor, isso não é pra mim.” Mas entramos, só pela zoeira, como quem não quer nada, só pra curtir o momento.
Lá dentro, o som de uma agulha zumbia, e um cara tatuado até o pescoço nos olhou de canto, como se fôssemos intrusas. O tatuador, um negão de boné virado pra trás, limpava uma agulha com um pano que parecia mais sujo que o chão. “Tá pensando em quê, mina?”, perguntou, sem tirar os olhos do trabalho. Eu ia responder quando vi aquilo. Num canto da parede, meio escondido entre flyers amarelados, um desenho me fisgou. Era uma mulher com uma máscara de renda, tipo aquelas de carnaval, mas com um toque sombrio. Os olhos dela, grandes e penetrantes, pareciam me chamar. As mãos dela seguravam o rosto, como se quisesse esconder algo — ou revelar. Era como se ela sussurrasse pra mim, numa língua que eu não entendia, mas que mexia com meu peito.
Marina notou meu silêncio. “Que foi, Camis? Gostou dessa?”, perguntou, cutucando meu ombro. Eu desconversei, com um sorrisinho. “Achei sexy, sei lá. Quem sabe uma mina dessas no meu braço pra sempre?” Ela riu e me deu um tapa de leve. “Então faz uma de mim, sua boba!” Saímos sem tatuagem, mas com uma promessa de voltar outro dia. Só que aquele desenho ficou na minha cabeça, como uma música que não sai.
Eu sempre fui reservada, sabe? Desde pequena, brincava sozinha no quintal de casa em Niterói, inventando mundos onde eu era uma rainha, uma aventureira, qualquer coisa menos a Camila de verdade. Meus pais me chamavam de “joia” porque eu era quietinha, nunca dava trabalho. Na escola, os professores me colocavam como exemplo: “Sejam mais como a Camila!”. Isso me fazia ser querida por alguns, mas outros me viam como a cdf chata, a queridinha dos adultos. Nunca me importei muito. Essa máscara de “boazinha” me levou longe: um trampo remoto como designer de interfaces, um salário que paga as contas e sobra pra um rolê, um apê maneiro em Copa. E, claro, a Marina. Minha namorada, 29 anos, carioca da gema, com um sorriso que ilumina tudo e um jeito de me olhar que me faz sentir nua — no melhor e no pior sentido.
No papel, minha vida é um sonho. Mas as rachaduras tão aí, escondidas atrás de um sorriso forçado ou uma mentirinha boba. Tipo quando Marina pergunta se tá tudo bem, e eu digo “tô só cansada do trampo”. A verdade? Às vezes, eu me perco em mim mesma, sem saber o que quero, quem sou. É como se aquela mulher mascarada do desenho estivesse me esperando, pronta pra me mostrar algo que eu não tô pronta pra ver.
Essa noite, Copacabana tá quieta, o que é raro. O som das ondas lá fora é abafado, mas o calor tá pesando, mesmo com o ventilador girando no teto. Tô esparramada no sofá, o laptop queimando minhas coxas, o brilho da tela machucando meus olhos. O apê tá vazio, mas não parece. Marina saiu faz meia hora, disse que volta às sete pra gente jantar no Baixo Gávea e ver um filminho aqui. “Não demora, tá? Te amo”, ela disse, me dando um beijo rápido antes de sair. O perfume dela, um floral doce, ainda tá no ar, me sufocando de culpa.
Eu não deveria estar aqui, não assim. Mas o desejo é mais forte que eu. Quando Marina não tá, eu me entrego. Pego o laptop, abro uma aba anônima e mergulho nos sites de sempre. Miniaturas de vídeos piscam na tela, uma promessa de prazer fácil, proibido. É meu segredo mais sujo, um vício que carrego desde os 20 anos. Marina nunca desconfiou. Às vezes, ela entra na sala, e eu fecho a aba num susto. “Tá vendo o quê?”, ela pergunta, rindo. “Nada, só uma besteira”, respondo, o coração na garganta. É um ciclo: desejo, vergonha, alívio, culpa. E começa de novo.
Marina é tudo que eu poderia querer. Alta, magra, com curvas que parecem desenhadas, ela tem um jeito de andar que faz as cabeças virarem. Os olhos castanhos dela me desmontam, mas às vezes eu desvio o olhar, como se tivesse medo de ser vista de verdade. Ela é paciente, me ama mesmo quando eu me fecho. Mas, ultimamente, eu troco o toque dela por pixels. Não é sempre, mas tá piorando. Que tipo de pessoa faz isso? Escolhe pornô em vez da namorada? Eu a amo, juro que amo. Mas tem algo em mim que não explica, que me puxa pra esse abismo.
Há um mês, tudo mudou. Marina tinha ido dormir na casa dela, em Ipanema, depois de uma noite juntos. “Não fica até tarde, tá?”, ela disse, me beijando na porta. Mal a porta fechou, eu peguei o laptop, ainda sentindo o calor dela nos lençóis. Abri os sites de sempre: bundas, loiras, látex, o de sempre. Até que vi algo novo. Uma miniatura diferente, com um título que parecia um enigma: Rito da Sombra. Cliquei, esperando um pornô exagerado, daqueles com gemidos falsos e cenários cafonas. Mas o que vi me prendeu.
Era uma mulher, ou pelo menos parecia. Corpo esguio, cabelos longos, lingerie de renda preta. Ela tava de joelhos, diante de uma figura sombria, de costas pra câmera. O ambiente era escuro, com velas tremulando e desenhos estranhos no chão, tipo um ritual de filme de terror. A câmera, escondida, captava tudo com uma crueza que parecia real demais. A respiração dela, o tremor nas mãos, o jeito que a figura sombria a tocava — era como se eu estivesse lá, sentindo o peso de cada movimento. Minha calcinha tava apertada, meu corpo ardendo, e eu nem precisei me tocar. Era mais que sexo; era poder, rendição, uma dança de vergonha e desejo.
Então, a câmera subiu pelo corpo dela. Pernas longas, pele lisa, e... algo que não deveria estar ali. Não era uma mulher. Era um homem, travestido, depilado, com lingerie que abraçava cada curva. Meu coração disparou. Eu deveria ter fechado, mas não consegui. O vídeo continuou, e a figura sombria, um homem alto e imponente, explorava o corpo dele com uma calma que parecia sagrada. Não era演技, não era pornô comum. Era um ritual, real, vivo, se desenrolando diante de mim. Quando eles se aproximaram, não era só sexo. Era uma transformação, uma entrega total. Eu tava ofegante, suando, com as mãos molhadas de vergonha. Fechei o laptop com força, prometendo nunca mais ver aquilo.
Mas quem eu tava enganando? Passei uma hora procurando o vídeo de novo. Na manhã seguinte, com café na mão, olhos ardendo de sono, rastreie a origem. Usei buscas reversas, fucei fóruns obscuros, até que achei. Era uma comunidade, escondida nos becos da internet, obcecada por “magia sexual” — com k, como se fosse algo antigo, místico. Ri sozinha no apê, o som ecoando nas paredes. “Que loucura é essa?”, pensei. Mas li tudo. Postagens febris, gente falando de rituais, transformações, renascimentos. “Quebrei meu velho eu”, dizia um. “É normal sentir ele te mudando?”, perguntava outro. Minha risada morreu. Meu pulso acelerou.
Criei uma conta, li mais. Uma introdução me deixou sem ar: “Ele pode te desfazer, reescrever quem você é, te dar um novo nascimento pelo fogo do desejo.” A última linha me gelou: “Você será fragmentada, refeita do zero. Pra nascer o novo, o velho precisa morrer.” Fechei o laptop, assustada, mas voltei horas depois, faminta por mais.
Na semana passada, criei coragem e postei. Era quase quatro da manhã, o Rio silencioso lá fora, só o barulho do ventilador e meu coração batendo. “Como saber se é real?”, escrevi num tópico sobre rituais de iniciação. Silêncio. Nenhuma resposta. Achei que tinham me ignorado, que sabiam que eu era uma intrusa. Pensei em apagar tudo, fingir que nunca aconteceu. Mas, na manhã seguinte, vi uma mensagem privada. Nova mensagem de: Diego. Meu estômago embrulhou. “É real se você tiver coragem de tentar, Camila”, dizia. Ele sabia meu nome — um erro meu, deixei meu e-mail visível no perfil. Um descuido de iniciante, ou talvez eu quisesse ser pega?
Diego era suave, magnético. “Posso te mostrar, se você quiser. Não é o primeiro a ter curiosidade, Camila.” Respondi, hesitante, dizendo a mim mesma que era só conversa, não traição. Eu amava Marina, nunca a machucaria. Mas as mensagens continuaram, e Diego me puxava cada vez mais fundo. Ele prometia uma noite que me “quebraria e reconstruiria”. Meu corpo reagia, a calcinha apertada, o desejo queimando. Contei que tinha namorada, esperando que ele recuasse. “Marina”, escrevi, o nome pesando nos dedos. “Isso não importa”, ele respondeu. Minha cabeça girou. Não importava o quê? Meu amor por ela? Minha traição? Tudo?
“Que vídeo te trouxe aqui?”, ele perguntou. “Rito da Sombra”, respondi. “Com quem você se identificou, Camila? O homem ou a mulher?” A pergunta me pegou desprevenida. Eram dois homens, não eram? Um travestido, mas ainda homem. Mesmo assim, minha resposta veio rápido, instintiva: “A mulher.”
Ontem, Diego tornou tudo real. Ele marcou um ritual na casa dele, em Pinheiros, São Paulo. Mas havia uma condição: eu tinha que ir como Clara. Depilada, maquiada, com peruca e lingerie, exatamente como no vídeo. “Sem Clara, sem ritual.” Minha cabeça gritava pra parar, mas meu corpo dizia o oposto.

“Espelhos não mentem”, li num fórum da comunidade. A frase me acerta como um soco enquanto encaro meu reflexo na porta do apê. Tô de moletom, cabelo bagunçado, mãos suadas agarrando o batente. Cada barulhinho no corredor me faz correr pro olho mágico, achando que é Marina voltando. Meu coração tá na boca, e o espelho na parede me encara, como se soubesse de tudo.
O apê tá silencioso, mas o perfume floral da Marina ainda tá aqui, me lembrando do que tô arriscando. “Ela saiu”, murmuro, tentando me convencer. Mas a culpa tá me comendo viva. E se ela voltar? E se me pegar assim? E se o ritual for real, e eu mudar de um jeito que não tem volta? Minha cabeça é um turbilhão de “e se”, cada um mais pesado que o outro.
Vou pro banheiro, acendo a luz da penteadeira. O espelho grande me encara, e eu evito meu olhar. Tiro o moletom, a calça, fico só de calcinha. Meu corpo é magro, mas tá mais macio que antes — academia ficou no passado, e agora minhas coxas e bunda têm uma curva que não tinham. Passo a mão no peito, nos pelos escuros, e tudo parece errado. “Suave, perfeita, pronta”, a voz do Diego ecoa na minha cabeça. Engulo seco e ligo o chuveiro.
A água quente é um abraço, mas não acalma. Pego o barbeador, hesito, depois começo. A lâmina desliza pela perna, arrastando pelos e creme de barbear. Enxáguo, repito, até as pernas ficarem lisas, vulneráveis, como se fossem de outra pessoa. No peito, a lâmina treme, e um corte pequeno sangra, ardendo. Continuo, movida por algo que não entendo. É pelo ritual? Pelo Diego? Ou por mim?
O celular vibra na pia, e meu coração para. Acho que é Marina, que ela sabe. Mas é Diego. “Como tá a Clara? Quero você lisinha.” O calor sobe pelo meu rosto, entre minhas pernas. “Tô na missão”, respondo, tentando soar casual. Ele devolve na hora: “Boa garota. Não pula nada, eu vou saber.” Meu corpo reage, a calcinha apertando, e eu me odeio por isso. O rosto da Marina aparece na minha mente, o beijo dela ainda quente na minha bochecha. O que tô fazendo?
Termino a depilação — pernas, peito, axilas, bunda, tudo. A água escorre pela pele lisa, brilhando sob a luz. Saio do chuveiro, o ar frio mordendo minha pele crua. No espelho embaçado, limpo o vapor e me vejo. Sou eu, mas não sou. Mais suave, mais... feminina. Corro pro quarto, pego a mochila escondida no armário. Dentro, lingerie preta, um sutiã, meias e um vestidinho colado.
A calcinha de renda sobe pelas pernas, apertando minha bunda depilada. É estranho, mas excitante, como se eu fosse outra pessoa. O sutiã é mais difícil, as alças escorregam, mas consigo. As meias sobem até as coxas, e o vestido abraça meu corpo, terminando onde as meias começam. Me olho no espelho do quarto, e a visão me choca. Minha bunda tá perfeita, redonda, engolindo a renda. “Caralho”, murmuro, girando pra me ver. Parece uma mulher. Só a frente denuncia quem sou.
No banheiro, passo maquiagem. Base pra esconder os cortes, blush pra dar vida, delineador tremendo nas mãos. O batom vermelho escuro me transforma. A peruca, castanha e longa, completa o quadro. Ajusto-a, os fios roçando meus ombros. No espelho, não sou mais Camila. Sou Clara, uma estranha sedutora, pronta pro ritual.
O celular vibra. “Manda uma foto”, Diego ordena. Hesito, mas obedeço. Tiro uma selfie, lábios entreabertos, olhos sedutores, peruca emoldurando o rosto. Envio antes de pensar. E se ele me chantagear? E se isso for uma armadilha? A paranoia me consome, mas a resposta dele vem rápido: “Porra, Clara. Tô te esperando.” Meu corpo reage, o desejo lutando contra a culpa.
Tô dilacerada, mas a promessa do ritual me puxa. Imagino as mãos do Diego, me desfazendo, me reconstruindo. Penso na travesti do vídeo, na rendição dela. Quero isso? Quero ser ela? A voz da Marina ecoa na minha cabeça: “Me chama se precisar.” Fecho os olhos, dividida. “Para, Camila”, digo pro espelho. Mas a Clara me encara, confiante, pronta pra cruzar a linha.
“Preciso saber o que é esse ritual”, falo, olhando pros meus olhos maquiados. “Se for longe demais, eu volto. Mas preciso tentar.” É uma barganha comigo mesma, uma desculpa pra seguir em frente. Pego a bolsa, a câmera escondida pronta pra gravar tudo, como sempre faço nas minhas aventuras. O que vem depois? Só o ritual vai dizer.
Quero te pedir uma coisa, leitor: se essa história te tocou, te fez sentir o calor do desejo ou o peso da culpa, não esquece de dar 5 estrelas pro conto. É um jeito de apoiar essa jornada, de mostrar que você tá comigo, querendo saber o que vem depois. Cada estrela é um empurrão pra eu continuar escrevendo, revelando os segredos da Clara e as aventuras que ainda vêm por aí.
Se você ficou curioso, quer saber mais sobre minhas aventuras ou mergulhar em outros contos tão intensos quanto este, dá um pulo no meu perfil no www.selmaclub.com. Lá, eu posto tudo, com detalhes que vão te deixar sem fôlego, sempre gravado com minha câmera escondida. E quem sabe? Talvez você encontre um ritual que te chame, assim como a Clara foi chamada.

Eu sou Lucas, um cara de 25 anos que mora no Rio de Janeiro, e minha vida tá de pernas pro ar. Minha namorada, Clara, é o amor da minha vida, mas eu escondo um segredo que tá me destruindo: tô me jogando num caminho perigoso com Mateus, um cara misterioso que me arrasta pra um ritual proibido em Copacabana. Nesse capítulo, saio do meu apê em Botafogo, faminto e nervoso, rumo a um encontro que pode mudar quem eu sou. Enquanto cruzo a cidade, a culpa de trair Clara e o medo do que vem pela frente brigam com uma excitação que não controlo. Gravo tudo com uma câmera escondida, e minhas aventuras vão pro meu perfil no SelmaClub, onde conto cada detalhe. É uma jornada cheia de tensão, desejo e um vazio que não explica, com cheiros, sons e toques que me puxam pro abismo.
**Capítulo Três: Rumo a Copacabana**
O cheiro de pastel frito sobe pela escadaria do meu prédio em Botafogo, invadindo meu nariz como um soco. Meu estômago ronca tão alto que parece um trovão, revirando de fome enquanto desço os degraus gastos. “Caraca, que fome desgraçada”, murmuro, esfregando a barriga por cima da camiseta larga, tentando acalmar essa fera que tá gritando dentro de mim. O ronco vem de novo, grave, quase como se tivesse vida própria, me fazendo curvar de leve enquanto aperto o corrimão.

Mateus, aquele cara que tá bagunçando minha cabeça, mandou eu não comer nada hoje. “Parte do ritual”, ele disse, com aquela voz que é tipo um veneno doce. Nunca explica o porquê, só manda, e eu, besta que sou, sigo direitinho, como se fosse um cachorrinho obediente. Mas, meu Deus, o cheiro desse pastel tá me matando. Quase bato na porta do apartamento 4C, de onde vem o aroma, sem ligar se o vizinho vai estranhar minha cara maquiada como Lívia, minha outra versão. Quero cair de joelhos e implorar por um pedaço, nem que seja uma migalha. Minha boca saliva, e meu estômago dá um chute tão forte que solto um peido alto, ecoando no corredor vazio. “Puta merda”, resmungo, rindo de nervoso, mas o ritual me puxa como uma corrente. Não posso parar. Tenho que ir.

Cada degrau que desço é um passo pra longe do conforto da minha vida com Clara, da segurança do meu apê, e mais perto de algo que nem sei nomear. Por baixo da camiseta e da calça jeans, o vestido vermelho que peguei emprestado aperta meu corpo, a barra roçando minhas coxas depiladas a cada passo. As meias-calças sussurram contra minha pele, e a calcinha de renda pinica um pouco, me lembrando que Lívia tá ali, escondida, querendo sair. Ainda não me acostumei com essa sensação, e cada movimento é um lembrete de que tô carregando um segredo que pesa mais que minha mochila, onde os saltos de Clara batem nas minhas costas. Eles são um pedaço dela que trouxe comigo, como se fosse um talismã, mas também uma âncora. Hoje, vou calçar esses saltos, assumir o papel dela, e isso me deixa com um nó na garganta. Será que vou conseguir voltar a ser Lucas depois disso?

Meus tênis velhos rangem no último degrau, e a mochila quica quando chego ao térreo. Paro na portaria, respiro fundo, sentindo o cheiro de fritura misturado com o mofo do prédio. Solto o ar devagar, empurro a porta e saio pra noite quente do Rio. O calor de Botafogo me engole, mas uma brisa leve bate no meu rosto, carregando o sal do mar. Levanto o capuz da camiseta pra esconder a peruca loira que tá começando a escapar, e sigo pela calçada, os tênis brancos marcando o ritmo no asfalto irregular.

A estação do metrô fica a uns cinco quarteirões, mas o calor carioca não dá trégua. Minhas mãos, lisinhas depois de depilar tudo, tão suando, e as enfio nos bolsos pra protegê-las do mundo — e pra esconder Lívia de quem passar por mim. As palmeiras da Rua Voluntários da Pátria balançam lá em cima, o barulho das folhas misturado com o ronco dos carros na rua. São tão altas que parecem tocar o céu, e por um segundo penso que uma pode cair e me esmagar, acabando com essa loucura toda. Dou uma risada amarga, imaginando o alívio de não ter que escolher entre Clara e Mateus.

Antes que perceba, chego à Avenida Pasteur, com suas luzes brilhando e o burburinho da noite começando. Um fusca velho passa acelerado, tocando funk no último volume, e três caras na esquina de um bar falam alto, misturando português com gírias que não pesco. Eles nem me notam, e eu agradeço por isso. Pros outros, sou só mais um cara qualquer andando por Botafogo, mas dentro de mim, Lívia tá gritando pra sair, e o celular no bolso vibra contra minha coxa, como se fosse a mão de Mateus me chamando. A última mensagem dele — “Não demora, meu anjo. O ritual tá te esperando. Vem pra mim” — tá gravada na minha cabeça. Meu corpo responde antes da minha mente, um calor subindo pelo peito, mesmo com a culpa me esmagando.

Clara tá em casa agora, provavelmente no apê dela em Ipanema, deitada no sofá, assistindo algum reality no celular ou mandando áudio pra uma amiga. Imagino ela rindo, o cabelo preso num coque bagunçado, a mão cutucando o queixo — uma mania que acho foda. Ela confia em mim, sempre confiou, e aqui tô eu, maquiado e vestido pra outro, pronto pra me perder de um jeito que ela nunca ia entender. Será que eu podia ter falado com ela? Contado que queria experimentar algo novo? Talvez ela topasse abrir nosso namoro, ou talvez me olhasse como se eu fosse um estranho. Um vento quente sobe pela minha nuca, e eu apresso o passo, tentando fugir dos meus próprios pensamentos.

A entrada do metrô de Botafogo aparece, com sua luz forte cortando a noite e o corrimão vermelho brilhando. Subo os degraus, o calor dando lugar a um ar-condicionado gelado que me faz arrepiar. Passo o cartão no Bilhete Único, e a catraca bate na minha perna, como se estivesse me avisando do que tá por vir. Tudo que faço parece ter um peso diferente agora, como se cada ação fosse parte de um jogo maior. Tento me convencer que é só uma noite normal, que tô só pegando o metrô, mas no fundo sei que não tem nada de normal nisso.

A plataforma tá quase vazia, só umas poucas pessoas espalhadas. A luz fluorescente é cruel, e eu me sinto exposto, como se todo mundo pudesse ver a maquiagem que tá escondida sob o capuz. Uma senhora de vestido florido me encara por um segundo, e meu coração dispara. Será que ela viu o batom? Ou a peruca escapando? Viro o rosto rápido, e o barulho do metrô chegando me salva. Entro no vagão, achando um canto perto da porta, pronto pra fugir se precisar. O vagão tá meio vazio, e isso me acalma um pouco. As luzes piscam, e no reflexo da janela escura, vejo Lívia: lábios vermelhos, delineador marcando os olhos, bochechas coradas. Ela me encara, confiante, e eu abaixo o olhar, ajeitando a peruca com a mão trêmula.

O metrô corta o Rio, passando por Flamengo, Catete, Glória. Cada estação é uma chance de descer, de voltar pra Clara, de tirar essa fantasia e ser o Lucas que ela conhece. Mas meu celular vibra de novo, e é ele. “Tô imaginando você nesse vestido, Lívia. Mal posso esperar pra te despir. Tá pronta pro ritual?” Minha respiração trava, um calor sobe pelo pescoço, e me remexo no assento, o vestido apertando minha cintura. Imagino as mãos dele, grandes e ásperas, puxando o tecido, o corpo dele contra o meu enquanto sussurra coisas que não entendo. A culpa briga com o desejo, mas meu corpo tá ganhando.

Mais gente entra no vagão, e cada pessoa parece um espelho da minha confusão. Uma garota ao lado passa rímel, o pincel girando rápido, e me lembro de fazer o mesmo no meu apê, há menos de uma hora. Ela me pega olhando e eu viro o rosto, envergonhado. Do outro lado, um cara mais velho me encara, franzindo a testa, como se tentasse desvendar um enigma. De repente, ele sorri, e meu coração pula. Será que ele sabe? Puxo o capuz mais pra baixo, cruzando as pernas pra esconder qualquer sinal de Lívia.

As estações passam: Cinelândia, Carioca, Uruguaiana. Cada uma traz uma memória de Clara. Na Cinelândia, a gente tomou cerveja no Amarelinho, rindo até a barriga doer. Na Carioca, passeamos pela Saara, comprando bugigangas. Cada parada é uma chance de voltar, mas meu corpo fica grudado no assento, a calcinha de renda subindo e me lembrando do que escolhi. De repente, uma imagem surge na minha cabeça: não é Clara, mas uma mina que conheci na faculdade, Mariana. Cabelo preso, corpo curvilíneo, dançando num bar em Lapa, o vestido balançando. Lembro dela na minha cama, os gemidos dela, o calor da pele. A memória me deixa meio duro, mas a calcinha aperta, e a culpa volta com tudo.

O metrô chega à Central, e eu troco pra Linha 2, rumo a Copacabana. Podia ser mais rápido, mas escolhi o caminho mais longo, como se quisesse mais tempo pra desistir. Na Presidente Vargas, penso em descer, correr pro apê da Clara, tirar a maquiagem num banheiro de bar e pedir desculpas. Mas a mensagem de Mateus me puxa de volta, e eu fico. O trem mergulha no túnel, e o reflexo na janela tá mais claro agora. Lívia tá tomando conta, e Lucas tá ficando pra trás.

Quando chego à estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana, o metrô cospe a gente pra fora. O ar tá pesado, com cheiro de maresia e lixo acumulado na calçada. Passo por sacos de lixo empilhados, o plástico brilhando sob a luz dos postes. Minha consciência grita que sou eu ali: lixo disfarçado, traindo o amor da Clara. Mas enterro isso e sigo, os tênis raspando na calçada quebrada. O apê do Mateus fica a seis quarteirões, “seis quarteirões pra decidir”, penso, enquanto o barulho de uma sirene corta a noite.

Copacabana é viva, mas caótica. As paredes dos prédios tão cheias de grafites, com cores e formas que não entendo. Um carro passa tocando samba, e um grupo de jovens grita na esquina, rindo alto. Faltam cinco quarteirões. Quatro. O medo cresce, mas o desejo é mais forte. O que vai acontecer no ritual? Será que vou perder o Lucas pra sempre? Ou será que é só uma noite de loucura? Minha câmera escondida, presa na mochila, grava tudo, e mal posso esperar pra postar essa aventura no meu perfil.
**Capítulo Quatro: O Quarto Escarlate**
A porta do apê do Mateus range alto, e uma luz vermelha escapa, me banhando num calor que parece vivo. Ele tá ali, real, não mais só palavras no celular. Meu coração dispara, e eu aperto as alças da mochila, cheia das minhas coisas e dos segredos que carrego. Engulo em seco, com medo de olhar pra ele. Imagino um cara assustador, marcado por rituais sombrios, mas o que vejo é diferente. Mateus é... normal. Bonito, até. Parece um cara que você encontra na praia de Ipanema, tomando água de coco, não alguém que guia rituais em Copacabana.

Ele é alto, uns 1,90m, uma montanha de músculos que preenche a porta. A camiseta preta abraça o peito largo, os braços cheios de veias. O rosto tem uma barba rala, olhos castanhos que me encaram como se eu fosse uma presa. Ele sorri, se encosta na porta, e eu entro, os saltos da Clara clicando no chão de madeira. A porta fecha com um baque, a tranca estala, e eu sei: tô presa com ele. Ninguém sabe que tô aqui.

O apê é um estúdio, mas parece outro mundo. A luz vermelha vem de uma lâmpada coberta por um pano, jogando sombras que parecem pulsar nas paredes. Símbolos estranhos, em preto e dourado, dançam na luz, como se fossem vivos. O cheiro de incenso, talvez mirra, enche o ar, pesado, me envolvendo. Meu corpo treme, gritando pra eu correr, mas fico parada, hipnotizada. No canto, um espelho grande reflete Lívia: o vestido vermelho, as meias pretas, a peruca loira. Sou delicada, frágil, contra a força bruta do Mateus, que se aproxima, as botas pesadas ecoando.

“Você veio, Lívia”, ele diz, a voz grave, como um trovão baixo. “Por um segundo, achei que ia amarelar, mas sabia que você não resistiria.”

Ele me circula, lento, como um predador, e eu não me mexo, as mãos apertadas na frente do corpo. O cheiro dele — couro e algo selvagem — me atinge, e sinto cada detalhe do meu corpo: a calcinha apertando, o sutiã mordendo os ombros, as pernas trêmulas. Ele para atrás de mim, tão perto que sinto o calor do corpo dele, a respiração na minha nuca. “Lívia”, ele murmura, e meu corpo amolece, um arrepio subindo pela espinha. Ainda sou Lucas, não sou? Mas não digo nada, deixando o nome ecoar.

“Você é boa em obedecer”, ele fala, afastando a peruca do meu rosto. Os dedos dele são ásperos, e o toque é como um choque, me acendendo. Ele coloca a mão no meu quadril, firme, e eu solto um suspiro baixo, sem querer. “Não gosto de homem”, penso, mas meu corpo não acredita nisso.

Ele dá um passo pra trás, me deixando respirar. “Antes de começar, você precisa entender”, ele diz, sério. “Isso é magia sexual. Um ritual de transformação. Não é só sexo, é renascer. Lucas morre hoje. Lívia nasce. Pra sempre. Você vai sentir, e não tem volta.”

As palavras pesam, e os olhos dele procuram os meus, o aperto no meu quadril ficando mais forte. “Quero ouvir você dizer que concorda, Lívia. Fala ‘sim’ ou vai embora agora.”

Minha cabeça gira, a luz vermelha pulsando com meu coração. E se for verdade? E se eu perder quem sou? O rosto da Clara aparece, o amor dela, a confiança. A culpa me corta, mas o calor do Mateus, a promessa dele, me puxa. Penso nas mensagens, na foto que ele mandou — o pau dele, duro, pronto pra mim. Meu corpo reage, a calcinha apertando. “Sim”, digo, a voz tremendo, mas firme. “Concordo.”

Ele sorri, um brilho de vitória nos olhos, e me solta, indo pro círculo de sal no chão. “Boa menina”, ele diz, e eu tremo, seguindo ele. O ar tá denso, e sei que não tem mais volta.
**Capítulo Cinco: A Dor e a Culpa**
Tô largado no sofá do meu apê, as pernas abertas, a cueca boxer agarrada nas coxas, o moletom me cobrindo como uma armadura. Cada movimento é uma facada, a bunda latejando, um lembrete do que Mateus fez comigo ontem. “Ai, porra”, gemo, rolando pra fora do sofá, os pés batendo no chão. O vestido vermelho, a calcinha e o sutiã tão jogados no canto, como fantasmas da noite passada. Chuto tudo pra longe, a dor subindo pelas pernas.

No quarto, acendo a luz e abaixo a cueca. No espelho, vejo a marca vermelha na bunda, a mão dele ainda lá, como uma tatuagem. Sinto ele dentro de mim, o sêmen dele, e isso me deixa nauseado e excitado ao mesmo tempo. Mas não mudou nada, né? Ainda sou Lucas, não sou Lívia. A vergonha tá aí, mas a promessa do ritual não se cumpriu. Levanto o moletom, e o símbolo na barriga tá lá, borrado, mas visível. Cubro rápido, pego uma calça e visto.

Volto pra sala, junto as coisas do chão e jogo na mochila, escondendo tudo no armário. Mas as memórias não somem: a calcinha descendo, o vestido caindo, eu de joelhos, a boca cheia, as pernas abertas enquanto ele me tomava, a dor misturada com prazer, o anal ardendo enquanto ele metia, me rasgando. Fecho os olhos, e a excitação volta, mas meu pau não responde. Isso me assusta.

Uma batida na porta me tira do transe. É a Clara. Meu estômago vira, e eu corro pro espelho, checando o rosto. Tô pálido, mas a maquiagem sumiu. Forço um sorriso e abro a porta. “Oi, amor!”, ela diz, com um saco de papel na mão e um beijo na bochecha. “Nossa, tu tá com uma cara horrível.”

Engulo em seco. “É, não dormi direito, fiquei me revirando.” Ela balança a cabeça, preocupada. “Trouxe uma sopinha de mandioquinha, aquela que tu ama.” O carinho dela me quebra, e a culpa pesa mais que nunca. Ela não sabe que ontem eu tava em Copacabana, deixando um cara me foder enquanto ela achava que eu tava doente.

Na cozinha, ela serve a sopa, e eu pego as tigelas, escondendo o rosto. Sento, e a bunda dói, me fazendo gemer baixo. “Come, vai te fazer bem”, ela diz, e eu obedeço, o sabor quente me lembrando da boca do Mateus, da textura dele. Engulo rápido, tentando apagar a memória. “Tava com o celular desligado ontem?”, ela pergunta, e eu quase engasgo. “Tava atualizando, sei lá”, minto, e ela acredita, rindo do celular dela que fez o mesmo.

O silêncio cresce, e ela percebe que tô quieto. “Tá tudo bem?” Forço outro sorriso. “Tô só cansado.” Ela toca minha mão, e eu me encolho, disfarçando. “Valeu pela sopa”, digo, empurrando a tigela. “Quer deitar um pouco?”, ela sugere, e eu concordo, mesmo sabendo que não vou conseguir relaxar.

No quarto, ela tira as botas e se deita, puxando-me pra perto. “Senti tua falta ontem”, ela murmura, e eu fico tenso. “Também senti”, minto, a culpa me engolindo. Ela me beija, suave, e tenta tirar minha calça. “Tô com saudade de te sentir”, ela sussurra, mas meu pau tá morto, mesmo com ela nua na minha frente. “Porra”, resmungo, e na minha cabeça, vejo ele: Mateus, metendo forte, minha bunda ardendo, o prazer e a dor misturados.

“Para, Clara”, digo, me afastando. Ela pisca, confusa. “Tá tudo bem, não precisa ter pressa”, ela fala, mas a dúvida tá nos olhos dela. “Tô só cansado”, minto de novo, e ela me abraça, dizendo que tá tudo bem. “Vou no banheiro”, falo, e corro pra lá, trancando a porta.

Pego o celular e mando uma mensagem pro Mateus. “Isso é reversível? Não tô mudado, só... não consegui ficar duro com ela.” Apago a parte da culpa e envio. A resposta vem rápido: “Sem volta, meu anjo. Tu é minha. Volta hoje, às 00:00. Como Lívia.” Ele manda uma foto: eu, de costas, a bunda aberta, o sêmen dele escorrendo, a luz vermelha iluminando tudo. Minha respiração para. Não lembro disso. Quero respostas, quero saber o que ele fez comigo.

Quando saio, Clara tá no sofá, mexendo no celular. “Tô indo, descansa”, ela diz, me beijando antes de sair. Sozinho, o silêncio me engole. Pego o celular e mando outra mensagem pro Mateus: “Tô indo. Me espera.” A culpa tá lá, mas a curiosidade é maior. O que vai acontecer? Será que vou virar Lívia de vez? Ou será que consigo voltar atrás?

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