De PlayBoy a Puta: Uma Aventura Gay PARTE 1/6
PARTE 1
Desci do ônibus e parei na frente do hospital. Ajeitei o casaco, puxando o zíper até o pescoço pra espantar o frio. Olhei o relógio. Ainda tinha quase uma hora antes do meu turno.
Do outro lado da rua, a igreja de Santa Ana me chamou.
Resolvi dar uma passada e fazer uma oração pela minha avó. Abracei o corpo enquanto corria pra atravessar. Empurrei as portas pesadas, mergulhei os dedos na pia de água benta e fiz o sinal da cruz. Caminhei até o meio da igreja, fiz uma genuflexão e sentei na ponta de um banco. Ajoelhei, juntei as mãos e fechei os olhos.
Fiz uma oração curta pela minha avó, a mãe da minha mãe. Ela me criou desde bebê. Minha mãe me teve novinha, adolescente, e depois fugiu com um cara, me deixando pra trás. Nunca mais soube dela.
Vovó e vovô foram meus únicos pais. Vovô teve um infarto quando eu tinha 10 anos. Vovó cuidou de mim sozinha até partir, seis meses atrás. Sei que acham estranho um cara de 28 anos morar com a avó, mas eu não ligava.
Ela sempre esteve lá por mim. Fiquei com ela, e, quando adoeceu, me senti grato por estar por perto. Passei um tempo com ela que, se tivesse saído, teria perdido.
Puxei o ar, enxugando as lágrimas que teimavam em cair. Cruzei os braços no banco da frente e apoiei a cabeça.
“Paulo o?”
Levantei o olhar e sorri pro Padre José Carlos. “Oi, Padre.”
O Padre José Carlos era um senhor gente boa, cabelo grisalho, barriguinha saliente. Ele apontou pro banco, e eu deslizei pro lado, dando espaço pra ele sentar.
“Sentimos tua falta no domingo”, disse ele.
“Eu sei. Peguei turno duplo no sábado, estava morto. Mas tô tentando mudar pro turno do dia. Não preciso mais ficar em casa de dia…”
Olhei pras mãos, pensando nos últimos dias da vovó. Padre José Carlos deu um tapinha no meu joelho.
“Tenha fé, meu filho.”
“Valeu, Padre. É melhor eu ir pro trampo.”
Levantei, saí da igreja e voltei pro hospital. Subi pra ala de cuidados paliativos, guardei o casaco no armário da sala dos funcionários. No espelho, ajeitei a blusa cirúrgica. Tava com o uniforme azul, uma camiseta branca de manga longa por baixo.
Me olhei por um instante. Cabelo castanho curto, todo bagunçado, como sempre. Cavanhaque bem aparado no queixo. Olhos castanho-avermelhados, que pareciam carregar um peso que eu tentava esconder. Eu tinha um shape legal pra minha altura. Com 1,78 m, meus músculos eram bem definidos, mas sem exageros de maromba. Malhava direto no centro de fisioterapia do hospital, uma das vantagens de trabalhar aqui. Também era um jeito de preencher o tempo.
“Fala, Paulinho .”
Levantei o olhar e vi o Dr. Almeida entrando na sala de espera. Ele guardou o casaco de inverno no armário, jogou o estetoscópio no pescoço e vestiu o jaleco branco.
“PJosé Carlosto pra uma noite daquelas?”, perguntou.
“No ponto, dentro do possível”, respondi, com um sorrisinho tímido.
O Dr. Almeida era um dos médicos do andar, um pouco mais velho que eu. As têmporas grisalhas davam um charme danado. Era bonito pra caramba, sempre com um sorriso e uma simpatia que me faziam sentir um frio na barriga que eu tentava ignorar.
Ele se serviu de uma xícara de café.
“Quer um café, Paulinho ? Por minha conta.”
Dei uma risada. “Por mais generoso que seja, passo.”
“Perdeu. Isso aqui é ouro.”
Ele tentou fazer cara séria, mas caiu na risada, e eu fui junto.
Patrick, um dos outros enfermeiros, entrou e foi direto pro café, enchendo uma xícara.
“Fala, Dr. Almeida”, disse, com um sorrisão.
“Patrick. Tô de boa hoje?”
“Cansado. Tu tá malhando, é? Tá com um shape foda.”
Patrick passou a mão no bíceps do Dr. Almeida. Não acreditava que ele tava flertando tão na cara dura. Senti uma pontada de ciúmes, mas engoli rápido. Fui pra porta, e o Patrick meio que pulou quando passei.
“Fala, Paulinho . Não te vi aí.”
“Oi, Patrick”, forcei um sorriso.
Cheguei no posto de enfermagem e bati um papo com a supervisora, enfermeira Evelyn.
“Oi, Paulinho . Pode começar a José Carlosda? Valeu.”
“Claro, Evelyn.”
Peguei o carrinho e preparei tudo. Demorei uns trinta minutos para organizar os remédios. Depois, comecei a José Carlosda. Terminei, guardei o carrinho e voltei pro posto.
“Paulinho ”, chamou Evelyn. “O Manoel puxou o cateter de novo. Pode ajudar?”
“Beleza…”
Suspirei, peguei outro kit de sonda vesical e fui pro quarto do Manoel. Ele era um dos pacientes mais velhos, um senhorzinho gente boa, mas que não queria estar ali. Entrei no quarto com um suspiro. Um enfermeiro estava limpando o que parecia uma lagoa de mijo.
Quando me aproximei, um arrepio subiu pela espinha. O enfermeiro se levantou devagar, virou e me encarou. Nunca tinha visto ele. Eu lembraria. Era alto, musculoso, uns 1,95 m, fácil uns 100 kg. Cabelo curto, castanho-escuro com um toque ruivo, barba por fazer na mesma vibe.
Ele era bonito, daquele jeito clássico, mas algo nele me dava um frio na espinha. Eram os olhos. Um azul-gelo, tão claro que parecia atravessar a gente.
Meus olhos caíram no crachá no uniforme branco dele: Ezequiel.
Desviei o olhar e murmurei um “oi” enquanto passava. Fui pro outro lado da cama, onde o Manoel estava se mexendo, inquieto.
“Manoel, tu sabe que não é assim”, repreendi, tentando soar calmo.
“Não gosto disso”, resmungou ele.
“Eu sei, véio.”
Botei as luvas de látex, peguei uma esponja e um recipiente. Levantei a bata dele e limpei a virilha. Inseri o cateter no pinto e esperei a urina começar a pingar.
“Beleza, Manoel. Não arranca isso, por favor.”
“Bah”, ele bufou, me dispensando com a mão.
Dei um sorrisinho pra ele, mas o sorriso murchou quando vi que o Ezekiel estava me encarando. Tirei as luvas, joguei no lixo e passei pelo enfermeiro gigante. Ele agarrou meu braço, e senti um gelo subir pela pele. Puxei o braço com força, respirando fundo.
“Sou Zeke”, disse ele.
“Paulinho . Prazer”, respondi, sem olhar nos olhos.
Ele pegou minha mão direita, apertou e cobriu com a outra mão, quente e meio úmida. Forcei até ele soltar. Ele riu, uma risada que soava debochada, cortando meus ouvidos. Saí voado do quarto e voltei pro trampo.
Mais tarde, estava no posto de enfermagem quando o Patrick se aproximou. Ele folheou uns pJosé Carlostuários e soltou um suspiro. Me cutucou com o cotovelo. “Quem é esse?”, sussurrou.
Virei pro lado que ele olhava e senti um arrepio. “O novo ordenança. Zeke.”
“Ele é assustador”, completei.
Patrick riu. “Assustador? Ele é gostoso.”
Me olhou como se eu fosse maluco. “Se tu não quer, eu pego.”
Vi o Patrick indo até o Zeke, já flertando na cara dura. Balancei a cabeça, virei e voltei pro trabalho.
Perto do fim do turno, Evelyn me pediu para ajudar o Dr. Almeida no quarto 504. Desci o corredor e encontrei o doutor do lado da cama da Dona Rita. Ela era uma das pacientes mais velhas, quietinha, nunca reclamava.
“Como tá, Dona Rita?”, perguntou o Dr. Almeida.
Ela deu aquele sorriso de sempre. Eu e o doutor sorrimos de volta. Mas um arrepio subiu pela minha espinha. Olhei pra cima e vi o Zeke entrando. Os olhos dele cravaram em mim, e eu desviei rápido. Ele começou a trocar os lençóis da outra cama.
Dona Rita se mexeu, inquieta, e logo ficou nervosa.
“Que foi, Dona Rita?”, perguntei, pegando a mão dela.
Ela puxou a mão, os olhos arregalados de pavor, e gritou: “Não!”
Eu e o Dr. Almeida tentamos acalmar, mas ela só piorava, chorando sem parar, completamente descontrolada.
O Dr. Almeida tentou segurar a Dona Rita, mas ela bateu com as mãos, acertando o olho dele.
Enquanto isso rolava, percebi que o Zeke seguia arrumando a cama, como se nada estivesse acontecendo às costas dele, sem dar a mínima.
“Paulinho , pega dois miligramas de midazolam. Agora!”
Voltei ao foco e corri pra buscar o sedativo pro Dr. Almeida.
Quando cheguei com a injeção, ele chamou o Zeke. “Tu! Não fica aí parado. Me ajuda.”
Zeke virou e se aproximou, e a Dona Rita deu um grito. Tava apavorada, tentando se sentar e rastejar para longe dele. Injetei o sedativo no tubo do soro. Depois de uns segundos, ela acalmou e fechou os olhos. Zeke virou e saiu do quarto, na maior calma. O Dr. Almeida checou os sinais vitais dela.
Tava mais tranquila, mas gemia e balançava a cabeça, como se estivesse preso num pesadelo.
O doutor apertou meu ombro e agradeceu pela ajuda. Assenti, me afastando da mão dele. Ao sair, dei um sorrisinho tímido.
Meu turno acabou, peguei o casaco e fui pro ponto de ônibus.
Chegando em casa, destranquei a porta do prédio de arenito e subi pro meu apê. Abri a porta, acendi a luz, tranquei atrás de mim e tirei os tênis. Tomei um banho rápido, botei uma calça de pijama e fiz um sanduíche de peru com queijo na cozinha. Me joguei no sofá da sala com um suspiro.
Dei uma mordida no sanduíche e olhei o apê. Era um quarto minúsculo, mas era meu lar. Claro, às vezes batia uma solidão, mas não trocava minha vida por nada.
Nos dias seguintes, consegui desviar do Zeke. Toda vez que ele tava por perto, eu ficava com um nó no estômago.
Numa noite calma, estava checando o Sr. Leonardo , um paciente em coma. Nada de novo, igualzinho há seis meses.
De repente, um arrepio subiu pela espinha.
Levantei a cabeça e vi o Zeke na porta. O corpão dele bloqueava a luz do corredor. Meu coração disparou, e dei um passo pra trás.
Sem dizer nada, ele virou e sumiu.
Mais tarde, estava num corredor vazio, voltando pro posto de enfermagem. Ao virar a esquina, vi um cara andando. O avental do hospital estava solto, a bunda de fora pro mundo ver. Corri atrás dele. Ele empurrou a porta da escada, virou e me olhou com uma cara vazia. Reconheci na hora: era o Sr. Leonardo , o cara em coma. Fiquei de cara, ele não só estava acordado, como andando por aí.
“Sr. Leonardo !”, gritei.
Ele se afastou devagar, descendo a escada.
“Socorro!”, berrei. “Preciso de ajuda!”
Corri para a escada e empurrei a porta. O Sr. Leonardo havia subido no corrimão.
"Não!" gritei.
Eu o agarrei, mas ele foi empurrado para frente e caiu cinco lances de escada, aterrissando no primeiro andar com um estJosé Carlosdo alto.
"Não!!"
Inclinei-me sobre o corrimão e vi o corpo inerte do Sr. Leonardo caído de bruços no chão. Uma poça vermelha se expandiu de seu corpo. Engoli em seco, horrorizado, e cobri a boca.
Fui puxado para longe do corrimão e arrastado para fora da escada. Olhei para cima e vi o Dr. Almeida. Sua boca se movia, mas eu não conseguia ouvi-lo. Ele sacudiu meus ombros com força e eu me concentrei em seus olhos.
"Paulinho o!"
"Dr. Almeida. Eu--"
Agarrei-me a ele e ele me segurou nos braços. Passou o braço em volta dos meus ombros e me acompanhou pelo corredor, afastando-me da escada. O corredor fervilhava de movimento enquanto seguranças, médicos e enfermeiros passavam correndo por nós.
Viramos a esquina e eu dei um pulo quando quase esbarramos em Zeke.
Ele estava parado no corredor, colocando lençóis em um carrinho de roupa suja, aparentemente alheio ao que estava acontecendo. Agarrei o Dr. Almeida com mais força quando passamos por ele.
O Dr. Almeida me sentou na sala e me trouxe um copo d'água.
"O que aconteceu, Paulinho ?"
"Não sei. Vi o Sr. Leonardo andando pelo corredor. Corri atrás dele. Ele pulou o corrimão e pulou. Não entendi. Dei uma olhada nele mais cedo e não houve nenhuma mudança em seu estado."
O chefe da segurança e um dos administradores do hospital entraram e me interrogaram. Eu disse a eles a mesma coisa que disse ao Dr. Almeida. Parecia que eles acreditaram em mim, mas por um momento, pareceu que estavam dizendo que a culpa era minha.
Uma hora depois, eles finalmente terminaram e quiseram me mandar para casa. Insisti que estava bem e me deixaram voltar ao trabalho.
Um tempo depois, Patrick me encontrou. Ele colocou a mão no meu braço e me olhou com preocupação.
"Oi, Paulinho . Você está bem?"
"Sim, estou bem."
"Não acredito no que aconteceu", disse ele, balançando a cabeça. "É uma loucura."
"Eu sei. Estou em choque."
"Aposto que sim. Ah!", exclamou ele, abrindo um largo sorriso. "Você nunca vai adivinhar o que aconteceu comigo ontem à noite."
"O que?"
"Zeke e eu nos encontramos em uma das salas de exame."
Fiquei boquiaberto em choque e horror.
Patrick fechou os olhos e suspirou. "E, meu Deus, ele é como um animal. E tem um dom de..."
"Patrick! Não preciso saber de nada disso."
Patrick deu de ombros e foi embora com um sorriso satisfeito no rosto. Estremeci só de pensar em sexo com Zeke.
Depois que meu turno terminou, atravessei a rua até a igreja.
Pensei em fazer uma oração pelo Sr. Leonardo .
Depois da minha oração, fiz o sinal da cruz, abri os olhos e me sentei novamente no banco. Notei então outro homem na igreja. Ele estava sentado do outro lado, perto da frente.
Tava ajoelhado, mãos entrelaçadas, cabeça baixa, perdido na oração.
Mesmo sendo um momento dele, não consegui tirar os olhos. Não via o rosto, mas as costas… largas, ombros fortes. Cabelo preto na altura dos ombros. Um casaco de lona marrom com capuz.
Vi ele fazer o sinal da cruz e se levantar. Caminhou pelo corredor até a cruz sobre o altar. Ajoelhou num joelho, baixou a cabeça. Quando se levantou e virou, nossos olhos se cruzaram, e eu puxei o ar.
Era o cara mais bonito e másculo que já vi. Olhos azuis que pareciam roubar o fôlego. Um cavanhaque preto no queixo, sem bigode.
Alto pra caramba, uns 1,98 m, musculoso. O casaco aberto deixava os peitorais saltarem pela camisa. A calça jeans abraçava as coxas grossas. Meus olhos desceram pra virilha, onde dava pra ver um volume que não escondia nada. Minha cara pegou fogo, e voltei pros olhos dele.
Ele veio pelo corredor, me encarando o tempo todo. Meu coração estava na garganta quando chegou perto.
“Fala”, disse.
A voz era grave, mas calma, suave.
“Oi”, sussurrei.
“Sou Mike.”
Estendeu a mão, e eu levantei, apertando. O aperto era firme, quente. Uma onda de calor subiu da mão pro braço, se espalhando pelo peito e descendo pela virilha. Olhei nos olhos dele, sem conseguir falar. Ele arqueou a sobrancelha e deu um sorrisinho.
“Paulinho ”, soltei, quase gritando. “Sou Paulinho .”
“Prazer, Paulinho .”
“Tu também, Mike.”
Ele acenou e seguiu pro corredor, saindo pela porta. Queria ter falado algo, puxado papo, mas a culpa católica pesou. O que eu sentia por ele não era certo, ainda mais na igreja.
Naquela noite, na cama, não parava de pensar no Sr. Leonardo .
Corri atrás do Sr. Leonardo na escada. Ele subiu no corrimão, virou e me encarou. Levantou a mão, apontando o dedo pra mim. Abri a boca, mas nada saiu. Estendi a mão, e ele caiu.
Engoli seco e recuei. Esbarrei no Dr. Almeida, virei e enfiei o rosto no peito dele. Ele me girou, me jogando num canto. Quando virei, Zeke estava na minha frente, chegando mais perto. Os olhos brilhavam vermelhos, a boca aberta, mostrando presas babando. Abri a boca pra gritar.
“NÃO!”
Pulei da cama, tremendo sem parar, coberto de suor. Levantei e fui pro banheiro. Joguei água fria no rosto, puxei o ar e me encarei no espelho.
Tive dificuldade pra dormir de novo. Quando peguei no sono, estava inquieto, rolando na cama.
Por sorte, estava de folga no dia seguinte. Passei o dia limpando o apê e lavando roupa, tentando deixar o trampo pra trás.
Na noite seguinte, no hospital, cruzei com o Patrick logo no começo do turno.
Ele estava com uma cara péssima, pálido, suado, tossindo na dobra do cotovelo e fungando.
“Tá de boa, Patrick?”, perguntei.
“É. Tô resfriado ou algo assim. Nada de mais.”
“Beleza. Se não melhorar, pensa em ir pra casa.”
“Tô de boa.”
O turno correu lento até a hora do almoço. Me joguei na sala de descanso, sentei à mesa e abri minha marmita. Tirei um sanduíche de peru e uma maçã. A porta abriu, e o Zeke entrou.
“Fala, Paulinho ”, disse, a voz grave e rouca.
Me mexi, desconfortável. Ele veio por trás, e eu fiquei tenso, já levantando pra vazar, mas ele botou as mãos nos meus ombros e me empurrou de volta na cadeira.
“Para com isso”, falei, firme.
Zeke me segurou, e eu forcei pra me soltar.
“Quero tu”, rosnou. “E vou te ter.”
A porta abriu de novo, e soltei o ar. Zeke me largou quando o Patrick entrou. Ele olhou para nós dois e fechou a cara, fuzilando com os olhos.
“Que tá fazendo?”, perguntou pro Patrick, a voz gelada.
“Quê?”
“Acha que não sei o que tá rolando?”
“Patrick—”
“O Zeke é meu!”, disse, quase gritando. “Tira as mãos dele!”
“Patrick! Eu não quero o Zeke.”
“Não vem bancar o santinho comigo.”
A porta bateu quando o Zeke saiu.
Patrick bufou e mandou: “Tu fica desfilando por aí, se fazendo de virgem inocente. Já saquei o teu jogo.”
“Patrick, eu não gosto do Zeke. Acredita.”
Levantei, joguei o almoço no lixo e tentei passar por ele. Ele agarrou meu braço.
“Tira a mão dele.”
Dei um tapa na mão dele.
“Olha. Não sei como falar de outro jeito. Não quero o Zeke. E se tu acha que ele tá a fim de tu além do que tu já deu, tu é um trouxa.”
Patrick recuou, me olhando como se eu tivesse metido um soco na cara dele. Saí puto da sala, deixando ele lá, tossindo.
Evitei os dois o resto da noite. Ainda estava com raiva quando desci do ônibus e fui pro meu apê.
Andando pela calçada, uma sensação esquisita me pegou, como se tivesse alguém me vigiando. Olhei pra trás, nada. Apertei o passo. O desconforto não passava, então corri até meu prédio. Subi as escadas voando, destranquei a porta e tranquei atrás de mim.
Deitado na cama, senti o ar gelar. Puxei o edredom, me enrolei de lado e me enfiei nos cobertores. O colchão mexeu, puxei o ar e virei. Tava escuro, mas não tinha ninguém. Deitei de costas e fechei os olhos.
CONTINUA
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