Helen e o psicólogo - Sessão 1
(explicação - mesmo que os nomes sejam parecidos, é outra história)
Eram 4 da tarde. O Dr. Maldonado apoiou a xícara vazia de café na borda da prateleira, alinhando-a metodicamente com um livros de capa verde—Tratado de Sexologia Contemporânea—que ele mesmo havia organizado anos atrás. Era um homem pardo, de quarenta e poucos anos, com a calvície avançada que compensava com bigode bem aparado. Seu terno social bege, simples, sem gravata, sugeria uma formalidade deliberada, mas não rígida.
Soou a batida na porta.
— Pode entrar — disse ele, voltando-se para a entrada.
A porta abriu-se e uma mulher adentrou o ambiente simples, com estantes de madeira clara, duas poltronas de tecido neutro e a janela semiaberta para os prédios vizinhos.
— Seja bem-vinda. Helen, né? — perguntou ele, gesto tranquilo indicando a poltrona à frente da sua mesa.
Ela assentiu com um movimento quase imperceptível, sentando-se com as mãos entrelaçadas no colo. Seus olhos evitaram os dele por um instante, como se estudassem os livros, o diploma na parede, o vaso de espada-de-são-jorge sobre a estante.
— Obrigada, doutor.
Ele sentou-se à sua frente, caderno de anotações ao lado, mas não o abriu ainda.
— Conte para mim, Helen. O que a traz aqui?
Helen era uma mulher latina de trinta anos, com cabelos ondulados castanho claro e olhos verdes, naturalmente atraente. Usava uma roupa simples e confortável, que não chamava atenção, mas não deixava de realçar seu corpo naturalmente sensual. Mantinha uma expressão calma, mas havia algo de ansiedade em seu olhar, que ela tentava conter.
Ela cruzou as pernas, tentando parecer descontraída, apesar da tensão que sentia.
— Bem, eu... acho que tenho um problema — disse finalmente, a voz quase um sussurro.
- entendo, posso fazer umas perguntas antes?
- Claro. — Ela assentiu com a cabeça, aliviada por finalmente ter alguém para conversar sobre aquilo.
- idade? Status de relacionamento? Opção sexual? Trabalho?
- Tenho 30 anos, solteira, bissexual. Trabalho como estilista em uma confecção local.
- ótimo, ótimo, Helen antes de tudo, quero dizer que aqui você está livre para falar tudo que quiser, sem nenhum tipo de julgamento
- Obrigada, doutor. — Ela suspirou, parecendo um pouco mais à vontade, mas ainda tensa. — Não é fácil falar sobre isso... Mas eu preciso de ajuda, estou desesperada.
O Dr apenas a encarava, ouvindo, ela respirou fundo antes de prosseguir.
- É que eu, eu sinto que tenho um vício. — Olhou rapidamente para o médico, tentando avaliar sua reação. — Um vício que não consigo controlar.
- Mas não é nada relacionado a drogas ou álcool — acrescentou rapidamente, preocupada em esclarecer qualquer mal-entendido. - É algo mais... pessoal.
- devo imaginar qual seja por está aqui, mas antes tenho uma pergunta, esse vício atrapalha a sua vida? Esse é o primeiro ponto
- Sim, sim! — Ela gesticulou como se tentasse explicar algo muito difícil. — Eu não consigo parar de pensar nisso, me atrapalha durante o trabalho, fico irritada se não posso satisfazer esse anseio... É como se eu fosse uma escrava disso, sabe?
- Sim, é comum que vícios produzam ou mascarcem sensações assim. Você se lembra de quando identificou essa relação? Foi há pouco tempo? Pode me descrever como se deu essa percepção?”
Helen respirou fundo, seus dedos se apertando no colo.
— Há um mês, no trabalho... Estava na cantina e um grupo de mulheres comentava sobre um estuprador que havia sido preso. Fiquei curiosa e, sozinha, pesquisei sobre o caso. Quando vi a foto dele e li os relatos... senti um tesão incontrolável. Fui ao banheiro, tranquei-me em uma cabine e me toquei pensando nele... imaginando que me dominava no caminho de casa, me rendia, me jogava contra a parede, rasgava minha roupa...
Ela fez uma pausa, a voz mais baixa.
— Sei que para a maioria das mulheres isso seria aterrorizante, mas para mim foi... intensamente excitante. Acabei gozando, mas... algumas colegas perceberam. Não perdi o emprego porque resolveram manter segredo.
Ela parou um momento, a vergonha finalmente tomando conta de suas expressões. Olhou para baixo, envergonhada, mas não conseguindo evitar que lágrimas começaram a cair de seus olhos.
— Desde então, não consigo parar de pensar nisso. Pesquiso por notícias de estupros e violência, me imagino nessas situações, sinto uma satisfação profunda... Não é certo, eu sei, mas não sei como parar com esses pensamentos.
O Dr abriu uma gaveta e deu um pacotinho de lenços de papéis nas mãos de Helen.
- acha que isso complica a sua vida em algum aspecto?
Ela agradeceu pelo pacotinho, secando os olhos.
— Complica demais. Às vezes, nem consigo prestar atenção nas coisas ao meu redor. Na hora do trabalho, na hora de comer, de dormir. Meu cérebro fica preso nessas imagens e eu não consigo pensar em mais nada. É exaustivo.
O Dr começou a anotar alguns pontos em um papel.
- tenho que fazer uma pergunta, pode responder depois, você teve uma infância segura?
Ela secou as lágrimas restantes, olhando para baixo.
— Sim. — Hesitou por um momento, tentando escolher as palavras. — Minha infância era normal, feliz. Nunca passei por qualquer sofrimento. Por que pergunta?
O Dr anotou alguns pontos
- pessoas que passaram por abusos na infância são mais propensas a desenvolverem ninfomania ou vício em sexo, tinha que confirmar esse ponto, para estudar melhor você
Ela acenou.
- Entendo. Mas, em todo caso, eu não passei por abusos. Era a filha única de pais que me davam amor e carinho. Minha infância e adolescência foram como de qualquer outra criança normal.
O Dr a olhou
- fico feliz por você, você sabe que esse tratamento será por longo período, está disposta a ajudar?
Ela acena novamente, determinada.
- Sim, sim. Estou desesperada para me livrar disso. Farei tudo o que for preciso, não aguento mais viver com esses pensamentos constantemente em minha mente.
O Dr a encara
- esses pensamentos são normais, não julgo fetiches de pacientes, mas sim se estão atrapalhando sua vida
Ela concorda novamente, aliviada por finalmente ser compreendida.
- É isso, sim. Eles estão atrapalhando tudo. Não consigo me concentrar no trabalho, nos afazeres diários, em nada. É como se tivessem tomado conta de mim totalmente.
- nosso tempo acabou, mas espero que retorne - ele pega uma caderneta - anote aqui quantas vezes você terá pensamentos, entendido?
Ela pega a caderneta e acena com a cabeça.
- Entendi. Vou anotar cada vez que tiver esses pensamentos intrusivos.
❤️ Contos Eróticos Ilustrados e Coloridos ❤️👉🏽 Quadrinhos Eroticos 👈🏽
Comentários (2)
Sandro: Interessante esse conto ! Seria interessante levar essa história para outro site de contos ,uma que tenha mais visibilidade: casadoscontos com br
Responder↴ • uid:i1kgr9v14e1Domraphaelo: Obrigado, estou tentando trabalhar contos diferentes.
• uid:ona2nnrb0d