Romance trans!
A noite tava quente, com aquela brisa salgada de Salvador entrando pela janela da minha casa no Rio Vermelho. O som das ondas quebrando na praia misturava-se com o eco distante de um pagode vindo de algum bar. Mariana e eu tínhamos acabado de voltar de um jantar no Pelourinho, onde as luzes coloridas dos sobrados antigos brilhavam e o cheiro de acarajé frito no dendê tomava o ar. Meus pais tavam fora, curtindo um fim de semana em Itacaré, então a casa era só nossa. Sentado no sofá, com um copo de cerveja gelada na mão, vi Mariana se remexer, inquieta, o rosto lindo marcado por uma sombra de medo. “Gabriel, posso te contar um trem?”, ela perguntou, a voz tremendo como se tivesse segurando um peso danado.
“Claro, amor, manda a real”, respondi, pegando a mão dela. A pele dela era macia, quente, com um leve perfume de jasmim que me deixava zonzo. Meus dedos, calejados de tanto dedilhar o violão, sentiram o pulsar rápido do pulso dela.
“É uma parada que pode mudar tudo”, ela disse, os olhos castanhos brilhando com um misto de pavor e vulnerabilidade, como se o chão pudesse se abrir sob seus pés.
“Nada vai apagar o que sinto por ti, Mariana”, garanti, o coração batendo forte no peito. Namorava ela há cinco meses, mas, caramba, tava tão apaixonado que parecia que a conhecia desde sempre. Aos 22 anos, estudante de música, eu sabia que ela era o refrão perfeito da minha canção.
Nos conhecemos no Carnaval de Olinda, no meio daquelas ladeiras lotadas, com o sol queimando e o frevo explodindo nos alto-falantes. Eu tava de pirata, com um chapéu torto e uma espada de plástico que comprei por cinco reais. Ela, de sereia, usava um vestido brilhante que parecia feito de escamas de peixe, refletindo as cores do sol. Dançamos até os pés gritarem, rimos até a barriga doer, e, bom, o resto foi puro destino. Minha mãe sempre disse que sentiu um arrepio quando viu meu pai pela primeira vez, num forró em Aracaju. Eu senti o mesmo com Mariana, um amor que pegou de primeira, tipo uma nota que encaixa perfeita na melodia.
Mariana era tudo: inteligente pra caramba, curtia as mesmas séries nerds que eu, como Stranger Things e The Witcher, e tinha um sorriso que iluminava mais que o Farol da Barra. Além disso, ela era puro fogo. Sempre usava meias de nylon pretas, fininhas, que abraçavam as pernas dela como uma segunda pele. Era meu fetiche, e ela sabia disso, sempre me provocando com um olhar safado. Beijava como ninguém, com lábios que sabiam a hortelã e um jeito que fazia meu mundo girar. Ainda não tínhamos transado, e ela não me deixava explorar abaixo da cintura, exceto pelas pernas e pés cobertos de nylon, que eu acariciava com devoção. Mas os boquetes dela? Mano, era surreal. Ela engolia tudo, às vezes pedia pra gozar no rosto dela, com um brilho nos olhos que me fazia perder o juízo. Eu, virgem aos 22, tava nas nuvens.
Olhei pros pés dela, as unhas pintadas de vermelho-sangue brilhando sob a meia preta, que deixava a pele morena dela ainda mais sexy. Meu pau tava duro, preso na calça jeans, e eu tentava disfarçar o desconforto enquanto a vibe mudava de romântica pra algo sério. De repente, um peido baixo escapou dela, quase inaudível, mas o cheiro quente e leve chegou até mim, misturado com o perfume dela. Estranhamente, isso só me deixou mais ligado, como se o corpo dela estivesse falando comigo de um jeito cru, real.
“Eu nasci menino”, ela murmurou, os olhos grudados no chão, como se as tábuas de madeira fossem engoli-la.
“Quê?” perguntei, o cérebro tropeçando, como se eu tivesse ouvido mal no meio do barulho de um trio elétrico.
“Eu nasci menino”, ela repetiu, a voz um sussurro, ainda sem me encarar.
“Caramba”, soltei, tentando processar. Não era o que eu esperava, nem de longe. Meu coração tava disparado, mas não de raiva ou choque — era mais uma confusão misturada com curiosidade.
“Sabia que meu corpo não era o certo desde os 13 anos. Tomo hormônios desde então”, ela explicou, a voz tremendo como cordas de violão mal afinadas.
Fiquei quieto por um segundo, deixando a informação assentar. Não tinha nada contra a comunidade trans, mas nunca pensei que isso ia bater na minha porta assim. Sempre achei paus mais intrigantes que vaginas, confesso. Não que eu fosse gay — só curtia garotas —, mas tinha algo neles que me deixava curioso, uma vontade que eu jogava pro fundo da mente. Agora, tava tudo ali, na minha frente, como uma música nova que eu não sabia se conseguia tocar.
“Se tu quiser terminar, eu entendo, Gabriel”, ela disse, finalmente me encarando. Os olhos dela tavam úmidos, como o mar de Porto.... CONTINUA EM BREVE.
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